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Histórias esquecidas sobre os assuntos mais quentes do dia a dia. Por Felipe van Deursen, autor do livro "3 Mil Anos de Guerra"
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A CIA apelou até para a máfia para matar Fidel Castro

Em 1960, Dick Bissell, diretor de operações encobertas da CIA, procurou o coronel Sheffield Edwards, e pediu que o colocasse em contato com um gângster.

Por Felipe van Deursen
Atualizado em 4 set 2024, 11h13 - Publicado em 28 nov 2016, 13h22

Em agosto de 1960, Dick Bissell, diretor de operações encobertas da CIA, a central de inteligência americana, procurou o coronel Sheffield Edwards, chefe de segurança da CIA, e pediu que ele o colocasse em contato com um gângster. Allen W. Dulles, diretor da agência, aprovou a ideia: Fidel Castro seria morto por um matador contratado pela CIA antes mesmo que a brigada de rebeldes também treinada pela agência acabasse com o novo governo cubano.

O plano de Bissell não foi para frente, mas deixa claro que praticamente desde que Fidel tomou o poder em Cuba, a CIA quis eliminá-lo. E logo no começo do jogo já inventou de apelar para a máfia.

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Dick Bissell

Em março de 1961, os mafiosos encheram a mão de Tony Varona com milhares de dólares e cápsulas de veneno. Varona era um dos cubanos mais importantes que trabalhavam para a CIA. Ele deveria repassar o veneno a um funcionário de restaurante, que jogaria a substância no sorvete de Fidel. Mas a inteligência cubana localizou as cápsulas em uma geladeira, e o plano derreteu.

No mesmo mês de março, Bissell apresentou apresentou ao presidente americano, John Kennedy, que tinha um especial interesse nos assuntos da ilha, a ideia de invadir Cuba por três praias na baía dos Porcos. Em abril, 1,4 mil exilados cubanos desembarcaram no país. Fiasco dos grandes. Paralelamente aos atos obscuros em conluio com a máfia, os Estados Unidos eram humilhados para todo o mundo ver.

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Essas e outras histórias estão no livro Legado de Cinzas: uma História da CIA (Record), do jornalista americano Tim Weiner. Ao longo de mais de 20 anos, Weiner escreveu para o jornal The New York Times sobre as operações da agência, o que lhe rendeu o prêmio Pulitzer.

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Castro encontra Lincoln.

Outro plano veio à mente da agência em abril de 1962. O gângster John Rosselli recebeu em Miami cápsulas com uma bactéria assassina, que deveriam ser dissolvidas no café ou no lenço do comandante. De novo, não deu certo.

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Em 1967, Lyndon Johnson, o vice que assumiu a Casa Branca após o assassinato de Kennedy, em 1963, quis ficar a par dos planos da CIA durante o governo de seu antecessor. O FBI lhe entregou um relatório que confirmava que a CIA tentou diversas vezes matar ou derrubar Fidel e que buscou o apoio da máfia para tal.

Como sabemos, falhou miseravelmente. Seiscentas e trinta e oito vezes, segundo Fabián Escalante, chefe do serviço de contrainformação cubano e responsável pela segurança de Fidel, ele escreveu um livro (que depois virou documentário) chamado 638 Ways to Kill Castro. O número pode ser exagerado, mas dezenas de tentativas foram reveladas e comprovadas. Fidel só foi morrer de velho mesmo.

ps.: Algumas das tentativas (bizarras) de matar Fidel, como o famoso charuto explosivo, estão no novo especial da SUPER, que chega nesta terça (29/11) às bancas e livrarias. A revista está cheia de análises, infográficos, fotos históricas e pesquisas. Bom para quem não quer repetir os mesmos clichês à direita e à esquerda do que foi Fidel, a Revolução Cubana, a ditadura e o embargo.

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