Como as cafeteiras de cápsulas esquentam a água tão rápido?
Do mesmo jeito que uma máquina de chopp esfria a cerveja tão rápido: uma longa tubulação enrolada em espiral.
Um cafezinho leva pouquíssima água – cerca de 40 ml na versão mais curta e 110 ml no lungo, mais diluído. As cafeteiras de cápsulas fazem uma dose de cada vez, então lidam com bem menos líquido que uma cafeteira doméstica comum, com seu enorme reservatório.
A quantidade modesta de líquido é parte do truque, mas não acaba aí. No interior da máquina há um componente batizado de termobloco. Trata-se de uma peça de cobre dentro da qual corre um caninho estreito, em forma de espiral.
O cobre esquenta rápido e transfere calor com muita eficácia para a água que corre no cano. O número de voltas da espiral aumenta a área de contato com o metal, acelerando ainda mais o aquecimento.
O termobloco opera entre 105 °C e 106 °C – e se desliga automaticamente, por segurança, caso supere 167 °C.
Para completar, a pressão no interior da cafeteira é 19 vezes superior à da atmosfera terrestre. Esse valor é calculado com muito cuidado.
A água deve passar por toda a tubulação interna do aparelho com energia suficiente para sair do outro lado e extrair as propriedades do café.
Ao mesmo tempo, a corrente não pode ser apressadinha demais: quanto mais rápido o líquido atravessar o sistema de aquecimento, menos tempo ele passará em contato com o cobre – e aí há o risco de a temperatura não atingir o patamar necessário.
Pergunta de @militarymodelingmadness, via Instagram.
Fontes: Luiz Lino, gerente da área técnica e de qualidade da Nespresso e João de Sá Brasil Lima, professor de Engenharia Mecânica do Instituto Mauá de Tecnologia.