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Como sonham os cegos de nascença?

Audição, tato, paladar e olfato ficam mais aguçados para compensar a ausência de visão. Já o conteúdo é baseado no cotidiano, como de qualquer outra pessoa.

Por Carolina Fioratti
17 nov 2021, 12h58

Ninguém é capaz de sonhar com algo a que os sentidos nunca tiveram acesso. Audição, tato, olfato e paladar ficam mais aguçados (seja nos sonhos, seja na vida real) para compensar a ausência de visão.

O conteúdo dos sonhos se baseia no cotidiano, como em qualquer um de nós. Um estudo de 1999 analisou 372 devaneios noturnos de 15 adultos com deficiência visual. Os enredos mais frequentes incluíam cães-guia e também o ato de comer. Era comum entre os participantes sonhar com obstáculos durante caminhadas – reflexo das dificuldades no dia a dia.

Pessoas que perderam a visão antes dos 7 anos apresentam pouco ou nenhum conteúdo visual nos sonhos. Por outro lado, quem adquire o problema mais tarde do que isso geralmente preserva a capacidade de ver durante o sono – inclusive objetos inéditos que, na vida real, só são conhecidos por meio dos outros sentidos.

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Pergunta de @adm.adrianoramos e @alexandraserousoff, via Instagram.

Fonte: Luciano Ribeiro, médico e pesquisador do Instituto do Sono.

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