Assine SUPER por R$2,00/semana
Oráculo Por aquele cara de Delfos Ser supremo detentor de toda a sabedoria. Envie sua pergunta pelo inbox do Instagram ou para o e-mail maria.costa@abril.com.br.
Continua após publicidade

De onde veio o símbolo de coração?

Entenda a história do emoji que você manda para o contatinho.

Por Rafael Battaglia
16 dez 2022, 10h22
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O símbolo talvez tenha na natureza: ao longo da história, diversas espécies de plantas inspiraram imagens nesse formato.

    Publicidade

    Um dos registros mais antigos é o do silphion, uma planta de flores amarelas que, há 2,5 mil anos, era um produto valioso no Mediterrâneo. Crescia apenas em Cirene, colônia grega localizada na atual Líbia, que enriqueceu às custas do comércio da planta. Era uma commodity tão importante que, nos séculos 5 a.C. e 6 a.C., passou a aparecer nas moedas de prata da cidade. E a figura da semente, cunhada no metal, é idêntica ao símbolo de coração (❤):

    Publicidade
    Moeda de prata antiga com um símbolo de coração.
    (T. V. Buttrey, via K. Baty/Wikimedia Commons)

    Tanto valor vinha de supostas mil e uma utilidades do silphion: tempero (seria uma especiaria afrodisíaca), perfume e remédio para vários problemas (febres, calafrios, dores no estômago e até calvície). A planta ainda tinha fama de método anticoncepcional rudimentar: o médico grego Sorano de Éfeso (98–117) teria recomendado seiva de silphion para prevenir (ou interromper) gestações.

    Continua após a publicidade

    A popularidade do silphion nas culturas que deram origem ao pensamento ocidental pode ter colaborado para que a imagem da semente passasse a representar o amor. E por consequência, o coração (órgão que acelera quando você vê o ser amado, e que por isso mesmo era tido como a fonte das emoções).

    Publicidade

    Mas a ocorrência mais antiga de um símbolo de coração retratando de fato um coração é relativamente recente. Aparece numa ilustração francesa do século 13, na qual um jovem entrega seu coração à amada.

    Por que, então, haveria um hiato milenar entre a imagem da semente de silphion e o símbolo no contexto que a gente conhece? Porque talvez uma coisa não tenha a ver com a outra.

    Publicidade

    Muitos historiadores entendem que a imagem é apenas uma simplificação do coração anatômico. Num mundo em que a informação em forma de imagens não circulava, pouca gente conhecia as formas de um coração humano de verdade, claro. Mas basicamente todo mundo já tinha visto um coração de porco, por exemplo, que é bem parecido com o nosso. Remova a artéria pulmonar, a aorta e a veia cava, e o coração de porco fica parecido com o ❤.

    Continua após a publicidade

    Logo, a popularização do símbolo que serve ao mesmo tempo para o amor e para o órgão que bombeia sangue pode ser só uma espécie de meme da Idade Média que atravessou os séculos. E que segue pulsante nos emojis.

    Publicidade

    Na ciência, há o conceito da “navalha de Occam”. Grosso modo, ele diz que a hipótese menos rebuscada para a origem de um fenômeno tende a ser a correta. A Super valoriza esse princípio. Portanto, votamos na segunda teoria.

    Fonte: Why Does the Heart Symbol Look That Way?, da PBS Origins.

    Publicidade
    Compartilhe essa matéria via:
    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Super impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 12,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.