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Esta pode ser a antiga “planta milagrosa” dos gregos

Silphion era útil como especiaria e remédio na Antiguidade, mas desapareceu no primeiro século d.C. Agora, um pesquisador acredita que descobriu exemplares sobreviventes.

Por Luisa Costa
27 set 2022, 18h47

Uma planta de flores amarelas era um dos produtos mais procurados no mundo mediterrâneo 2,5 mil anos atrás. Seu nome era silphion: ela era útil como especiaria e remédio, e suas mudas chegaram a ter o mesmo valor da prata na época do reinado de Júlio César. Mas ela desapareceu.

Hoje não se sabe ao certo qual seria a tal espécie preciosa (nem se os antigos consumiram a silphion até o último exemplar). Mas o professor Mahmut Miski, da Universidade de Istambul, acredita que ela ainda está por aí – e se chama Ferula drudeana.

Ele encontrou a espécie há 40 anos nas encostas do Monte Hasan, na Turquia, e a estudou nas décadas seguintes. Ele descreve, em artigo publicado na revista Plants, as semelhanças entre a planta moderna e a lendária, baseando-se em textos antigos e representações da silphion que aparecem em moedas de Cirene – antiga cidade grega, onde hoje é a Líbia.

Planta comparada com imagens em moedas gregas.
Moedas de Cirene tinham representações do grande produto de exportação da região: a planta silphion. Ao lado das moedas, fotos da Ferula drudeana para comparação. (Mahmut Miski/Divulgação)

Silphion tinha mil e uma funções na Antiguidade. Usava-se a raiz seca ou a resina da planta, pura ou misturada com farinha, para temperar comidas ou tratar as mais diversas enfermidades. Médicos prescreviam a silphion para tudo: de dor de dente à calvície; dor de estômago à remoção de verrugas. Ela também foi usada como anticoncepcional e perfume. Em suma, era um produto versátil.

Mas ela sumiu do mapa. O historiador Plínio, o Velho, relatou no primeiro século d.C. que “apenas um talo foi encontrado e dado ao imperador Nero”. Segundo Miski, geralmente acredita-se que a planta entrou em extinção nessa época. “No entanto, existem poucas referências na literatura sobre a existência da silphion até o século 5”, escreve o pesquisador.

Desde o início do século 19, pesquisadores estudaram três espécies contemporâneas na tentativa de descobrir qual era a planta adorada pelos antigos. Mas nenhuma delas atendia aos três requisitos: ser comestível, ser uma planta medicinal e ter aparência e alcance correspondentes à silphion – que crescia principalmente no noroeste da África e na Península Ibérica.

A Ferula drudeana parece ser a candidata mais provável até então. Sua aparência dá match com as descrições antigas, e a planta já foi registrada em dois locais na Turquia que foram ocupados pelos gregos na Antiguidade

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Além disso, as análises de Miski revelaram a existência de compostos químicos de interesse médico – propriedades anti-inflamatórias, por exemplo. Ele acredita que outros ainda podem ser identificados na planta, em estudos futuros.

Esta é uma hipótese. Afinal, só poderíamos descobrir qual foi a planta valiosa, usada por médicos e cozinheiros, se tivéssemos resquícios identificáveis de silphion. No entanto, alguns acreditam que essa é a melhor hipótese atual.

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