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De onde vêm os órgãos usados para o estudo de anatomia?

Há várias possibilidades. Mesmo assim, a escassez de órgãos para o estudo de anatomia nas instituições de ensino superior é mais regra que exceção no país.

Por Luisa Costa
20 out 2022, 14h20

Geralmente de cadáveres “não reclamados” – o termo “indigente” agora é evitado por ser desrespeitoso com o morto. Uma lei de 1992, no mandato do presidente Itamar Franco, regulamentou essa distribuição. Ela determina, por exemplo, que só podem ser doados cadáveres de pessoas cuja morte tenha sido natural – resultado de doença ou senilidade, nunca de ação criminosa.

A doação do cadáver para ensino e pesquisa pode acontecer sem autorização prévia, quando não há informações sobre parentes ou responsáveis legais. Se o corpo do morto não for reclamado às autoridades públicas no prazo de 30 dias, já pode ir para as escolas de medicina.

Também existe a possibilidade de que os órgãos venham de doações autorizadas ainda em vida. Isso está previsto no Artigo 14 do Código Civil brasileiro: “É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte”.

Mesmo com todas essas possibilidades, a escassez de órgãos para o estudo de anatomia nas instituições de ensino superior é mais regra que exceção no país. Por isso, professores e estudantes precisam recorrer a modelos anatômicos de plástico ou programas de computador, que quebram o galho. Também existem simulações de realidade virtual – que, claro, ainda não chegam à altura dos órgãos reais.

Mais rara é a utilização de órgãos de animais. É o caso de um programa de treinamento que a Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular realiza anualmente e virou exemplo internacional. Esse projeto, no nível de pós-graduação, simula situações de centro cirúrgico com corações suínos – doados pela empresa Pamplona Alimentos, de Santa Catarina.

É outra maneira de oferecer treinamentos realísticos, porque o coração é um dos órgãos suínos bastante parecidos com os nossos. A semelhança é tanta que, nas últimas décadas, as pesquisas sobre transplantes entre diferentes espécies (os “xenotransplantes”) passaram a se concentrar nos porcos. Em janeiro deste ano aconteceu o primeiro transplante de coração de um porquinho geneticamente modificado para um ser humano. Mas era um caso de desespero. O tratamento experimental era a última opção do americano David Bennett, e não adiantou muito: o homem morreu dois meses depois.

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Pergunta de Rigoberto Costa, Florianópolis, SC.

Fontes: Elizabeth Neves de Melo, Curadora do Acervo de Cadáveres Humanos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); Milton de Miranda Santoro, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular.

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