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E se todo mundo no Brasil sacasse todo o dinheiro ao mesmo tempo?

Seria um caos, porque os bancos não guardam seu dinheiro em um cofre: ele circula pela economia, e existe em vários lugares ao mesmo tempo.

Por Bruno Vaiano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
2 fev 2025, 16h00

Bom, esqueça a cena da foto aí em cima: não haveria notas suficientes nos caixas eletrônicos. De fato, não haveria notas suficientes e ponto. Vamos explicar:

O problema é que um banco não é bem um lugar em que você guarda dinheiro. É um lugar que empresta o seu dinheiro. A grana parada na sua poupança paga o financiamento do apê de outro cliente, sem deixar de ser sua. Para cada R$ 1 que efetivamente existe na economia brasileira, há R$ 7,60 fictícios, que existem no seu nome e no dos outros ao mesmo tempo. Se você quiser sacar tudo numa tacada só, azar do banco: ele é obrigado a te dar seu dinheiro, mesmo que ele esteja aplicado em outro canto naquele momento.

O dinheiro da sua poupança que também foi parar no caixa da construtora só deixará de ser ficção quando o dono do novo imóvel acabar de pagar as parcelas. Mas as parcelas serão pagas com o salário dele, e o salário dele talvez venha de empréstimos feitos pela empresa em que ele trabalha – empréstimos feitos no banco. Ou seja: esses ciclos se perpetuam.

 

 

Essa grana de mentirinha, chamada tecnicamente de moeda escritural, só pode existir porque os bancos confiam que as pessoas não vão sacar todo o dinheiro ao mesmo tempo. Esse é um calcanhar de Aquiles da economia, mas também o motivo pelo qual ela pode rodar na velocidade que roda.

Um exemplo lúdico: a grana que você junta para comprar um eletrodoméstico pode estar neste exato momento sendo emprestada para a empresa que fabrica o eletrodoméstico. No final do processo, a empresa devolve o empréstimo para o banco com o dinheiro da venda do eletrodoméstico que você comprou. Sem saber, você pode financiar a fabricação do seu próprio fogão.

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Se todo mundo sacar tudo, há duas opções. Ou o Banco Central imprime dinheiro para a moeda escritural passar a existir, ou adeus economia: os bancos vão à falência, pois não há notas suficientes para os saques. Uma fatia da grana de cada cliente cessa de existir. Isso aconteceu nos EUA durante a crise de 1929 – quando o dinheiro não era digitalizado, mas já existia um montão de moeda escritural.

Pergunta de @rodrigo_ols, via Instagram.

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