O nome do terno – a peça de roupa – tem a ver com o número três?
Sim. Venha ler essa explicação trilegal sobre a moda no Ocidente.
Sim: as três peças são o paletó, o colete e a calça. Mais ou menos na época da 2ª Guerra, o colete caiu em desuso e o nome permaneceu por inércia.
Na virada do século 19 para o 20, o terno era considerado uma vestimenta informal. Nessa época, fraques eram recomendados para eventos de gala diurnos e o protocolo white tie (“gravata branca”) era o ápice da formalidade para eventos noturnos. Na teoria, esse dress code estrito existe até hoje.
Na prática, porém, mesmo chefes de Estado se limitam a um terno na maioria das ocasiões – fraques, sobrecasacas e outras peças do século 19 são reservados a alguns eventos muito específicos.
Vale detalhar melhor essa etiqueta detalhada e antiquada que rege os looks de luxo do Ocidente até hoje, já que ela tem níveis intermediários de formalidade (e que entender esses níveis nos ajuda a entender os nomes de muitas peças).
As roupas que usamos rotineiramente, como camisetas, bermudas, calças, camisas, saias e afins, são chamadas de casuais e não conferem nenhum grau de esnobismo (rs). Em algumas ocasiões, quando o objetivo é que todo mundo vá a um evento arrumadinho, mas não propriamente chique, utilizam-se termos como business casual em inglês ou esporte fino em português.
Subindo na escala de estilo, o primeiro grau de sofisticação são os ternos e vestidos de coquetel (cocktail dress, em inglês), que costumam parar nos joelhos e nunca chegam até o chão. Essas são vestimentais informais, usadas em eventos mais light, em que é comum comer canapés e tomar drinks em pé.
O próximo degrau, chamado de semi-formal, consiste em trajes black tie à noite (com a gravata borboleta preta) e em um tipo de termo chamado Streseman ou lounge suit durante o dia. Esse tipo de roupa é raríssima no Brasil e caiu em desuso no mundo todo desde a década de 1960, então vale uma foto de Winston Churchill usando uma lounge suit para ilustrar, aqui neste link.
Só então vinham os fraques diurnos e white ties noturnos, com a gravata borboleta branca. Tão formais que, hoje, para ligar a TV e ver um fraque, só mesmo assistindo um casamento da Família Real britânica.
Pergunta de @dr.marcelo.marques, via Instagram.