É possível taxidermizar seres humanos. “Não tem nenhum problema técnico que impeça isso”, afirma o museólogo e taxidermista Emerson Boaventura.
A técnica, conhecida como empalhamento, consiste na conservação do couro do animal, em sua forma e tamanho. Ou seja, a pele é retirada do corpo, tratada quimicamente e, depois, colocada em uma manequim, feito geralmente com poliuretano, parecido com um isopor, que serve como um molde. “Dessa forma, qualquer animal vertebrado, inclusive o ser humano, pode ser taxidermizado”, garante Marina Lima, taxidermista do Museu de Zoologia da USP.
Apesar de ser tecnicamente possível, o resultado da taxidermia em humanos pode não ficar tão bom como o de outras espécies de animais. Isso por causa da falta de pelos, que deixa à mostra as modificações feitas na pele. O tratamento do couro para conservar a pele e impedir a criação de bactérias e fungos, realizado com álcool e borato de sódio, deixa o tecido escurecido, com tom de café.
“Em uma onça, por exemplo, você não percebe o escurecimento do couro, porque a pelagem encobre a mudança”, compara Boaventura. Em uma pessoa com pele negra, essa diferença não ficaria tão evidente, mas ainda assim não teria aspecto natural. Outro problema seria encobrir a incisão feita para retirar a pele do corpo. Em animais com bastante pelo, a costura fica sob os pelos. Nos humanos, aparente.
O aspecto legal é também outro empecilho para taxidemizar humanos. Segundo Emerson, não há uma regulamentação específica no Brasil para quem quiser ser empalhado, o que dificultaria o processo. No aspecto ético, para a taxidermista Marina Lima, não haveria problema desde que haja autorização prévia em vida, e o cadáver não seja desmoralizado.
Marina lembra ainda que há outras maneiras de conservar o corpo humano:
1) Embalsamamento, que consiste na preservação do corpo, com ossos e músculos por meio de uma técnica que insere no organismo uma solução química contendo formol e outras substâncias, que conservam o corpo e coagulam o sangue, que depois é drenado;
2) Plastinação, que retira os líquidos do corpo e preenche com resinas elásticas;
3) Preservação em meio líquido, muito utilizada nas faculdades de Medicina. “É necessário a autorização em vida do indivíduo para que seu corpo seja utilizado como material científico ou didático”, lembra Marina.
No caso de você ser um broto de musgo congelado na Antártida, o Capitão América ou a cabeça de Charles de Gaulle em Futurama (ou qualquer outra cabeça num aquário), existem outras técnicas possíveis.
Pergunta de Ana Teramatsu, Maringá, PR
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