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Oráculo

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Por que estátuas renascentistas não têm pelos?

As imperfeições e os conflitos do ser humano só começam a ser representados em meados do século 16.

Por Oráculo
Atualizado em 4 abr 2018, 14h49 - Publicado em 13 jan 2014, 13h55

Acabei de voltar da Itália, onde fui a museus e toda essa babaquice. Uma coisa me intrigou: por que ninguém tem pelos no peito nas obras clássicas e renascentistas?
Marcos Nogueira, São Paulo, SP

Essa bobajada na Itália acontece porque os pelos lembram a porção animal do homem – e essa parte animalesca não cabia na representação idealizada dos artistas renascentistas.

Para apreciar a arte do período, a gente precisa entender como era o pensamento da época, que tinha uma fundamentação filosófica. “A imagem do corpo no Renascimento está ligada a um modelo de idealização, que está fundamentado no pensamento neoplatônico”, explica Marcos Hill, professor de História da Arte da Escola de Belas Artes da UFMG. No pensamento de Platão, há a ideia de que o mundo sensível, o mundo “real”, é uma imitação imperfeita de um outro mundo, um mundo ideal, o “mundo das ideias”.

Ou seja, todas as coisas que existem para nós têm uma forma perfeita no mundo ideal. Por isso todo mundo é lindo e gostoso nas estátuas. Isso valia também para o corpo humano. E essa ideia de perfeição e harmonia cercava o pensamento platônico, relido pelos clássicos no século 15.

Essa filosofia queria eliminar a porção animal do homem e supervalorizar a porção racional, a porção perfeita. “A imagem do Renascimento é uma imagem que propõe o aperfeiçoamento, uma correção”, explica Hill. Quando o artista observa a realidade e depois traz a realidade para pintura, ele tem a oportunidade de corrigir essa natureza, que é imperfeita. Aí o corpo humano é representado da forma mais idealizada possível: lisa, limpa, bela, racional. Sem pelos.

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O homem era a incorporação do espírito perfeito. No caso dos cristãos, esse espírito era Deus. O homem era a criatura mais perfeita de Deus. Então, no corpo do homem, havia proporção e harmonias perfeitas, com as quais Deus organizou o próprio universo. Mesmo assim, ainda vemos alguns pelinhos lá nos países baixos.

Fãs de barba e pelos podem discordar e centros de depilação a laser devem se regozijar nesse momento.

As imperfeições e os conflitos do ser humano começam a ser representados no século seguinte, em meados do século 16. Esse corpo que antes era representado de forma equilibrada, começa a mostrar os primeiros traços de desequilíbrio, de conflito, de trauma, de dúvida, de erro.

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