Por que há tantas cidades com nome de mulher no Mato Grosso?
Carlinda, Cláudia, Vera… Quem inventou moda foi a empresa Sinop (que construiu várias cidades e, veja só, acabou virando nome de uma também).
A primeira das moças foi Cláudia. Esse pequeno núcleo urbano começou a ser construído em 1978 por uma empresa chamada Sociedade Imobiliária Norte do Paraná – mais conhecida pela sigla Sinop, que depois também se tornaria nome de município.
A Sinop era responsável por popular uma área isolada de 645 mil hectares localizada a aproximadamente 500 km de Cuiabá. Para isso, trouxe pequenos proprietários rurais do norte do Paraná – cujas famílias podiam demorar até uma semana para chegar ao local, e eram recebidas por um canteiro de obras com apenas 20 quarteirões.
Ênio Pipino, sócio da Sinop, contrariou a instrução do governo de batizar as cidades que construia em homenagem a figuras históricas ou pessoas notáveis. A diretoria aprovou “Cláudia” por considerá-lo “bonito, simpático e agradável de ouvir e falar”.
Virou moda e vários povoamentos da zona rural tiveram o mesmo destino: Irene, Beatriz, Veruska, Fátima, Lenita… Estradas, ribeirões e outros pontos geográficos da Gleba Celeste (nome da área do Mato Grosso cedida para Sinop colonizar) também ganharam nomes femininos.
A cidade de Vera, porém, não exatamente é parte desse balaio de batismos. Ela foi construída antes de Cláudia e algumas fontes dão conta de que foi batizada em referência à Terra de Vera Cruz, primeiro nome do Brasil. É provável, porém, que já houvesse um desejo de homenagear mulheres.
Santa Carmen, por sua vez, foi escolhida por causa do “Carmen”, mesmo. A Carmem em questão era tia do Ênio. O “Santa” veio na frente por causa do hábito brasileiro de batizar cidades em homenagem a figuras religiosas.