Por que o primeiro signo do zodíaco, Áries, começa em março, não janeiro?
Começar o ano em janeiro é uma moda relativamente recente. Na época dos babilônios, o calendário funcionava de outro jeito.

Porque essa era a data do festão de ano-novo dos Babilônios, uma esbórnia de onze dias chamada Akitu. O equinócio que marca a chegada da primavera no hemisfério norte cai nos dias 20 ou 21 de março e era importante para as sociedades agrárias da Antiguidade: eles finalmente tinham a oportunidade de plantar algum alimento após três meses de temperaturas negativas e árvores peladas. Fazia muito sentido pôr o Révellion ali.
Por outro lado, não há o que comemorar no solstício de 21 de dezembro, que marca o auge do inverno na metade norte da Terra e deu origem ao nosso Natal. Mesmo Roma seguiu o hábito mesopotâmico até o ano 45 antes de Cristo, quando Júlio César implantou o calendário juliano: “dezembro” tem esse nome porque costumava ser o décimo mês, e não o décimo-segundo.
Foram os Babilônios que lançaram as bases da astronomia e da astrologia como a conhecemos – e a influência ficou. Não é coincidência que a Páscoa, até hoje, esteja associada a renascimento (Cristo no terceiro dia) e fertilidade (ovos, que originalmente não eram de chocolate): trata-se de uma derivação cristã dessa festa muito mais antiga, que celebrava a volta cíclica da vida após três meses de nevasca.
Mais especificamente, a Páscoa como a conhecemos nasceu atrelada a um feriado judeu que já rolava em março – o Pessach (“passagem”), que é a comemoração do Êxodo narrado no Velho Testamento –, e alguns historiadores argumentam que a tradição do Pessach deriva justamente de um festival primaveril canaanita que celebrava a colheita da cevada.
Pergunta de @tai_hanne, via Instagram.
Fonte: livro The development and symbolism of Passover, de Tamara Prosic; Enciclopédia Britânica.