Praticar palavras cruzadas realmente ajuda a prevenir o Alzheimer?
Nunca deixar de aprender conta mais para manter sua saúde mental.
Durante um tempo, sim. Começar a praticar palavras cruzadas ajuda a prevenir o comprometimento cognitivo leve, que pode evoluir para o Alzheimer. Um estudo americano publicado em outubro apontou que indivíduos fazendo palavras cruzadas tiveram menor perda de memória do que aqueles que exercitaram o cérebro com outros jogos que estimulam o raciocínio – incluindo videogames.
A pesquisa avaliou a evolução de 107 participantes de 71 anos, que passaram, ao todo, por 90 semanas de acompanhamento.
A constatação de menor declínio da capacidade cognitiva nos que fizeram palavras cruzadas juntou-se a outra boa notícia: exames de ressonância magnética revelaram um menor encolhimento no cérebro dos “cruzadistas” – essa redução de tamanho é comum em quem tem enfraquecimento da memória e dificuldade progressiva de raciocínio.
Mas há um porém: não é recomendável se acomodar com as cruzadinhas.
Segundo um estudo do Conselho Global de Saúde do Cérebro, os efeitos positivos diminuem caso a pessoa passe anos sempre no mesmo passatempo. Isso porque a prática vai ficando mais fácil com o passar dos anos. Até o ponto em que deixa de ser um exercício desafiador para a mente .
Segundo os pesquisadores, o mais importante para o cérebro é se aventurar em novas habilidades. Começar a responder às dicas das palavras cruzadas é muito bom, se não virar algo que você faz com o pé nas costas. Mas vale também inscrever-se num curso de idioma que ainda não domina, aprender a cozinhar ou dançar… De tempos em tempos, incluir um novo aprendizado na sua vida.
Ainda assim, os integrantes desse conselho são realistas: mesmo com hábitos positivos e seus potenciais benefícios, não há totais garantias de que a saúde mental vá ser preservada – principalmente entre os muito idosos.
Fontes: “Computerized Games versus Crosswords Training in Mild Cognitive Impairment”; The Global Council on Brain Health