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Escravo chinês denuncia trabalho forçado por meio de bilhete escondido em brinquedo

Parece história de filme, mas aconteceu de verdade. Em um dia comum, a norte-americana Julie Keith foi ao mercado comprar artigos de decoração para o Halloween. No entanto, dentro de um dos brinquedos que escolheu – uma espécie de imitação de lápide – para assustar quem passasse em frente a sua casa, encontrou algo apavorante […]

Por Débora Spitzcovsky
Atualizado em 21 dez 2016, 10h30 - Publicado em 26 nov 2013, 09h00
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    Parece história de filme, mas aconteceu de verdade. Em um dia comum, a norte-americana Julie Keith foi ao mercado comprar artigos de decoração para o Halloween. No entanto, dentro de um dos brinquedos que escolheu – uma espécie de imitação de lápide – para assustar quem passasse em frente a sua casa, encontrou algo apavorante de verdade: um pedido de socorro de um escravo chinês, que vivia em condições desumanas em um campo de trabalho forçado chamado Masanjia.

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    Jornadas de trabalho diárias de mais de 12 horas, sem descanso nos finais de semana ou feriados, além de espancamentos, privação de sono e torturas psicológicas foram alguns dos horrores descritos por Zhangcodinome escolhido pelo escravo chinês – em um inglês meio torto. “Se você comprar este produto, por favor, mande esta carta para a Organização Mundial de Direitos Humanos. Milhares de pessoas na China (…) vão ser gratas para sempre”, dizia o homem, no bilhete encontrado por Keith.

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    A norte-americana tentou pedir ajuda a alguns grupos defensores dos direitos humanos, mas, sem sucesso, recorreu ao Facebook. Foi na rede social de Zuckerberg que a história teve repercussão e ganhou o noticiário internacional, alertando para o problema do trabalho escravo na China.

    O episódio aconteceu há alguns anos – Zhang escreveu o pedido de socorro em 2008, Keith comprou o brinquedo em 2011 e o bilhete foi encontrado em 2012 –, mas ganhou os noticiários, novamente, neste mês de novembro. Isso porque a CNN encontrou o escravo chinês autor da carta e, sob garantia de anonimato, conseguiu que ele concedesse sua primeira entrevista contando os horrores que viveu em Masanjia.

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    Segundo Zhang, ele foi levado ao campo de trabalho forçado pela própria polícia chinesa, pouco antes dos Jogos Olímpicos de Verão que aconteceram em Pequim, em 2008. O motivo? O mesmo que levou outras milhares de pessoas a serem escravizadas em Masanjia: divergências políticas e religiosas. Zhang era seguidor de um movimento espiritual chamado Falun Gong, que desde 1999 era proibido pelo governo chinês por ser considerado um “culto maligno”.

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    Condenado a passar 2,5 anos no campo de trabalho forçado – onde a tortura era mais intensa para aqueles que, como Zhang, recusavam-se a mudar suas crenças políticas e religiosas –, o chinês decidiu pedir ajuda por carta. Foram 20 bilhetes escritos na “ilegalidade”, com papel e caneta contrabandeados, e só um deles teve o destino que Zhang esperava. Cerca de três anos depois que o pedido de socorro foi escondido no brinquedo, Keith comprou o produto em um mercado dos EUA e encontrou o bilhete 12 meses depois.

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    Hoje, Zhang está livre e Masanjia, aparentemente, foi desativado. O chinês, no entanto, continua lutando por aqueles que não tiveram a mesma sorte que ele e continuam escravizados na China. Segundo Zhang, ainda há muitos campos de trabalho forçado no país asiático. Confira, na íntegra, a entrevista concedida à CNN.

    Fotos: 45553853@N04/Creative Commons e Julie Keith/Divulgação

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