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7 experiências bizarras com animais

Por Redação Super
Atualizado em 3 set 2024, 10h05 - Publicado em 12 set 2014, 17h17

Por Luiza Lages

 

Há quase um ano, em outubro de 2013, imagens dos beagles do Instituto Royal resgatados por ativistas invadiram a internet. O polêmico evento trouxe à tona discussões sobre testes e direitos dos animais. Segundo dados da Peta (ONG Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais), só nos Estados Unidos, mais de 100 milhões de ratos e um milhão de outros animais são usados anualmente em experiências e testes científicos. Universidades, empresas farmacêuticas e organizações comerciais estão por trás da condução desse tipo de trabalho, para as mais diversas finalidades. Entre pesquisas biológicas, de estudos comportamentais, testes de drogas e testes toxicológicos, alguns experimentos deixaram sua marca por terem motivações estranhas, pela falta de conduta ética ou pelos resultados monstruosos. Selecionamos 7 experimentos com animais que beiram ou extrapolam (e muito) o bizarro:

 

7. Mães macacas de arame

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Alguns dos grandes experimentos que motivaram a criação do movimento de libertação animal nos Estados Unidos foram conduzidos pelo psicólogo norte-americano Harry Harlow. O pesquisador é mais conhecido pelos testes de isolamento social que conduziu com filhotes de macacos Rhesus nos anos 60.

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Os macacos bebês eram colocados por períodos de até um ano em completo isolamento, em ambientes fechados no laboratório. No cativeiro, cresciam com a presença de duas “mães” artificiais. Uma delas era feita apenas com armação de arame e a outra tinha a estrutura de metal revestida por um pano felpudo e macio. Apesar da primeira mãe ser responsável pela alimentação do filhote, Harlow observou que os macacos preferiam o segundo modelo, com o qual procuravam conforto e proteção.

Além do isolamento completo, fazia parte dos testes submeter os pequenos macacos a experiências assustadoras ou hostis, como o uso de bonecos de aparência medonha ou a introdução a ambientes estranhos. Muitos dos macacos saíram do laboratório com comportamento psicótico e não se recuperaram.

 

6. O amor dos perus

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Em 1960, biólogos da Universidade Estadual da Pensilvânia, nos Estados Unidos, se dedicaram a estudar o comportamento dos perus durante o acasalamento. Eles queriam descobrir quais características físicas das aves fêmeas produziam excitação nos machos. Para isso, os cientistas usaram um modelo artificial de peru fêmea e o introduziram aos perus machos selecionados para a experiência.

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As aves não mostraram duvidar da veracidade da situação, e acasalaram normalmente com o boneco, como fariam com parceiras reais. Para testar até que ponto o peru macho encararia a situação com normalidade, ainda estimulado sexualmente por uma possível fêmea, os pesquisadores começaram a remover partes do modelo, uma de cada vez. Os biólogos retiraram rabos, asas, pés, e pedaços do corpo, até sobrar apenas a cabeça do modelo.

E mesmo nesse estágio, em que tudo que restava do boneco era a cabeça, os animais ainda tentavam acasalar. A conclusão foi que os perus machos tem fixação pelas cabeças das fêmeas, relacionada à posição do acasalamento, quando as aves cobrem completamente as parceiras, enxergando-as apenas do pescoço para cima.

 

5. Desamparo ensinado

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Na psicologia, há uma teoria chamada “desamparo aprendido”, que caracteriza a incapacidade (ou desmotivação) para evitar o enfrentamento de situações adversas depois de viver estímulos negativos. É uma percepção de que não se tem controle sobre as coisas ruins, o que muitas vezes pode levar à depressão. Dois grandes nomes por trás da teoria, os psicólogos Mark Seligman e Steve Maier, colocaram suas ideias à prova em um polêmico experimento realizado com cachorros no final dos anos 60.

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Os cientistas colocaram arreios em três grupos de animais. No grupo 2, um dos cães foi submetido a choques que paravam se ele pressionasse uma alavanca. Esse cachorro foi conectado a um dos animais do grupo 3, que recebia os mesmos choques, mas, diferentemente, sem controle sobre a alavanca. No grupo 1, os cães não foram submetidos às dolorosas descargas elétricas e foram liberados após o fim do teste.

Em uma segunda etapa do experimento, os animais foram colocados em caixas individuais abertas, com grades eletrificadas. Mesmo podendo fugir, os cachorros do grupo 3 permaneceram na caixa, passivamente. Para piorar, a experiência traumática levou os bichinhos a apresentarem sinais clínicos de depressão e dificuldade para fugir de perigo.

 

4. Ratos e macacos drogados

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Para estudar os efeitos do vício e uso de drogas, um grande experimento com animais ficou famoso por ter ultrapassado todos os limites éticos. Em 1969, um grupo de cientistas administrou morfina, álcool, codeína, cocaína e anfetaminas, entre outras substâncias, em macacos e ratos, até que eles desenvolvessem dependência química. Os animais foram também treinados para injetarem as drogas em si mesmos. Assim que conseguiam administrar as injeções por conta própria, os ratos e macacos eram deixados desacompanhados, munidos com grandes quantidades das substâncias.

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Os animais logo apresentaram comportamento perturbado e um conjunto de sintomas físicos e mentais do uso contínuo de drogas: alucinações, automutilação, convulsões e mortes foram registradas ao longo do experimento.

 

Veja também:
Por que (ainda) precisamos fazer testes científicos com animais?

 

3. Aranhas drogadas

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Outro experimento que envolveu drogas e animais foi realizado em 1995 por cientistas da Nasa. Dessa vez, as aranhas foram as escolhidas. Os pesquisadores queriam ver como as substâncias afetavam a produção das teias e avaliar, pela estrutura geométrica formada, quais drogas seriam mais tóxicas. Apesar da ideia um tanto quanto inovadora, o resultado não foi lá essas coisas. Entre todas as drogas pesadas testadas, a aranha submetida à cafeína foi a que desenvolveu o pior trabalho com a sua teia, a mais disforme e desorganizada.

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Segundo os cientistas, a aranha que usou maconha estava fazendo uma boa estrutura, mas eventualmente se distraiu e abandonou o serviço pela metade. A teia produzida pela aranha que foi exposta a anfetaminas foi feita com muita velocidade, mas também com muitas imperfeições. E o ácido ficou com o prêmio de teia mais psicodélica e bonita, porém pouco eficiente.

 

2. O rato-orelha

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A imagem de um laboratório muitas vezes vem associada a produtos químicos, vidraria, geringonças tecnológicas e ratos. Os pequenos roedores estão entre os animais mais usados em testes e experimentos científicos, mas um rato faz parte desse imaginário de forma especial (ou bastante bizarra). Com uma orelha construída a partir de células de cartilagem humana em suas costas, o animalzinho ficou conhecido como rato-orelha ou rato de Vacanti, nome do médico responsável pelo procedimento. O pesquisador da Universidade de Massachusetts, nos Estados Unidos, queria mostrar que é possível realizar implantes de órgãos fabricados em laboratório, em ratos e em humanos.

 

1. O cachorro de duas cabeças

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Parece ficção com um quê de Dr. Frankenstein, mas é um experimento científico real. No anos 50, um cientista da União Soviética foi responsável por um perturbador experimento com cachorros. Vladimir Demikhov criou cirurgicamente um cachorro de duas cabeças. Ele e sua equipe removeram grande parte do corpo de um filhote e anexaram o que sobrou, sua cabeça e patas da frente, ao pescoço de um pastor alemão adulto. Por seis dias, tempo que viveram após o procedimento, os dois cachorros dividiram um corpo, mas mantiveram as próprias personalidades e vontades: o filhote brincalhão e alegre, e o cão adulto mais entediado e desconcertado pela situação.

Na época, o feito chamou a atenção da mídia internacional, e a União Soviética tratou a experiência como prova da superioridade de seus médicos. Demikhov foi pioneiro em técnicas de transplantes de órgãos, e definitivamente em chocar o mundo com a experiência monstruosa – tanto pelo resultado quanto pelo tratamento dos animais.

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