“Se você enchesse ele de vinho, daria para dar cinco garrafas para cada um dos sete bilhões de habitantes do mundo”. Foi com essa colorida comparação que um dos cientistas, cujo nome não foi revelado, tentou dar uma ideia do tamanho do maior radiotelescópio do mundo – uma parabólica de 500 metros de diâmetro cavada numa depressão natural na província de Guizhou, China.
O FAST – Five hundred meter Aperture Spherical Telescope (“telescópio esférico com abertura de 500 metros”) foi criado com uma missão em mente: caçar alienígenas. Ele deve ser apontado para lugares suspeitos, como a estrela KIC 8462852, onde muita gente ainda está convencida que pode haver uma megaestrutura feita por aliens para coletar energia.
Não é um projeto tão exótico. Há décadas o programa SETI, coordenado por cientistas sérios, usa os melhores radiotelescópios do mundo para tentar achar um sinal. Até agora, só com uns sustos, mas nenhuma confirmação. O radiotelescópio chinês também será usado em pesquisas mais convencionais, observando a buracos negros e pulsares, e em busca das furtivas ondas gravitacionais.
“O telescópio tem um imenso significado para a exploração humana do universo e civilizações alienígenas”, disse o escritor de ficção científica Liu Cixin, convidado para a inauguração”. “Espero que os cientistas façam descobertas definidoras de eras.”
A China, sendo a China, “realocou” 9 mil moradores para evitar a interferência de rádio nas imediações do telescópio. E vai aqui uma alfinetada no Brasil: o projeto todo ficou pronto em 5 anos e custou módicos 180 milhões de dólares. Daria para fazer 66 deles com o custo das Olimpíadas. Ou dar meia garrafa de vinho Chapinha para cada habitante da Terra.
Só dizendo.
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