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Os animais que sabem mais de matemática que você

É claro que não tem nenhum peixe por aí fazendo Bhaskara. Mas alguns bichos são melhores em algo bem mais simples: contar.

Por Bruno Vaiano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 7 dez 2020, 19h24 - Publicado em 7 fev 2018, 16h09
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  • Hoje, a Pâmela, do blog Literal, me deu uma dica muito bacana: a Real Sociedade de Londres – aquela tão importante que já teve até Isaac Newton como presidente – dedicou uma edição inteira de sua principal revista científica a falar de animais que sabem contar. Em alguns casos, melhor que a gente.

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    Eles apresentam o especial com uma digressão filosófica super bacana sobre o quanto o ato de contar pode ter sido desafiador para os primeiros seres humanos que tentaram lidar com números. Afinal, dois dias, dois episódios de La Casa de Papel e o ponteiro do relógio apontando para o número dois são todos jeitos bem diferentes de uma mesma quantidade existir. Atribuir um único conceito mental – e um único sinal gráfico – a todos eles exige um grau de abstração lógica muito grande.

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    Em outras palavras, contar talvez seja um pouco como a invenção da roda – algo que soa como uma sacada óbvia hoje em dia, mas que precisou ocorrer a alguém, em algum momento da pré-história.  

    Mas há outra forma de abordar a questão. Em uma reportagem da Wired, o matemático Keith Devlin demonstra que bebês são capazes de avaliar instintivamente o número de objetos que há em uma coleção – e reagem quando, por exemplo, pesquisadores mudam o número de bichos de pelúcia que estão diante deles durante um experimento controlado.

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    Essa é uma habilidade que poderia facilmente ter sido instalada no nosso cérebro pela seleção natural. Um hominídeo com capacidade de discernir uma árvore com muitas maçãs de uma árvore com poucas maçãs teria uma óbvia vantagem em relação a seus concorrentes. Dar nome aos números (1, 2 e 3) é algo cultural, sem dúvida, mas surge do instinto de estimar pequenas quantidades rapidamente. O que torna tudo mais fácil.

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    Alguns animais compartilham esse senso numérico inato conosco. Veja o caso da rã tungara, um anfíbio marrom do tamanho de uma unha cujos métodos elaborados de paquera foram relatados pelo New York Times. O bichinho solta um chamado de acasalamento longo e agudo que é descrito como algo similar a “uma arma de Star Trek“. Depois coaxa rapidamente.

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    Se houver outro macho por perto, disputando a mesma fêmea, ele fará a mesma coisa, mas vai coaxar duas vezes ao final. E aí o outro responde com três. E quatro. E assim por diante. É claro que fôlego tem limite: as rãs precisam de ar para fazer barulho – e aguentam seis ou sete coaxadas antes de um dos oponentes cair no chão, meio roxo. A fêmea ouve atenta, e escolhe copular com o macho que coaxou mais vezes.

    Contar até seis ou sete com um cérebro de anfíbio não é brincadeira. No artigo científico, os cientistas explicam que a façanha só é possível graças a um conjunto de neurônios dedicado exclusivamente à tarefa. Haja especialização.

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    No ano passado, a SUPER noticiou algo na mesma linha. Um estudo descobriu que as abelhas, além de conseguirem contar até quatro, interpretam o zero como o número que vem antes do um, e não só como uma ausência de objetos.

    Nada supera, porém, o Gasterosteus aculeatus – um peixe que atende pela alcunha nada amigável de “esgana-gato”. O serial killer de bichanos, quando vê um grupo de peixes com 18 indivíduos e outro com 21, sabe qual tem mais. Diferenciar um conjunto de 18 objetos de um de 21, só de bater o olho, é algo notável, que a maior parte das pessoas não é capaz de fazer. Você provavelmente precisará contar um por um. 

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    Embora o aculeatus seja um recordista, outras espécies conseguem desempenhos impressionantes contrastando números próximos – como 20 para 16. Para os peixes, essa é uma habilidade valiosa. No mar, muitas coisas aparecem em grupos grandes, e decidir qual é maior pode ser uma questão de vida ou morte – seja na hora de decidir a que grupo você quer se juntar, seja na hora de fugir para o lado em que há menos indivíduos.

    Ou seja: nós sem dúvida somos melhores de abstração que qualquer outro animal (não é a toa que inventamos algo chamado “matemática”). Mas na hora de contar o que interessa – comida ou predadores –, tem muito peixinho por aí dando baile em Homo sapiens.

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