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4 curiosidades sobre dança afro no Brasil

A dança afro persiste como forma de arte, de expressão cultural e de resistência, e carrega em si uma enorme quantidade de informação

Por Pedro Greco
Atualizado em 4 jul 2018, 20h33 - Publicado em 14 mar 2017, 17h10
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  • (ME/Mundo Estranho)

    Você sabia que, no Brasil, existem milhares de praticantes de um estilo de dança que remete ao período colonial e às tradições trazidas para cá pelos escravos africanos. A dança afro persiste como forma de arte, de expressão cultural e de resistência, e carrega em si uma enorme quantidade de informação. Que tal conhecer um pouquinho?

    1) Ela existe há pelo menos 3 séculos

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    A dança afro brasileira foi originada a partir da dança das tribos africanas e apresentou crescimento durante o período colonial no Brasil, quando era praticada pelos escravos. Também teve grande influência de tribos indígenas brasileiras.

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    As grandes migrações ocorridas no século 20 devido à industrialização permitiram a difusão do estilo dentro do país, o que acabou fortalecendo a miscigenação, um de nosso traços mais fortes, e valorizando a cultura africana. A presença da dança tornou-se ainda mais rica por meio das religiões afro-brasileiras e de rituais tribais.

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    2) Está diretamente ligada às religiões afrobrasileiras

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    O candomblé e a umbanda são religiões muito conectadas com a cultura africana, porém muito diferentes. O candomblé foi originado na África e, nessa religião são cultuados os orixás, voduns ou nkissis, valorizando os elementos da natureza. As festas eram praticadas em terreiros por escravos e as danças representavam características de cada orixá, incluindo suas vestes, gestos e movimentos.

    A umbanda foi criada no Brasil e nela também são cultuados orixás e, além disso, entidades ancestrais. O “pai” e a “mãe” de cada pessoa variam de acordo com a religião. Os praticantes de umbanda geralmente utilizam vestes brancas e correntes em volta do pescoço, representando a entidade de cada médium.

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    A dança afro incorpora os movimentos característicos de cada orixá, que são utilizados nos rituais em terreiros. Vou comentar abaixo quatro dos que estão mais presentes no cotidiano da dança e que, muitas vezes por preconceito, são vistos por leigos de forma errônea.

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    OXUM – orixá feminino, representando as águas doces, o amor e a beleza. Em uma das mãos, maneja um espelho, movimento representado na dança com graciosidade e sensibilidade.

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    OXÓSSI – orixá da caça, da fartura e das florestas. Seus movimentos consistem no manejo do arco e da flecha, seus objetos.

    OXALÁ – associado à criação do mundo. Possui duas versões: Oxaguiã (sua versão mais jovem, manejando uma espada e um escudo) e Oxalufã (sua versão mais jovem, seu símbolo é o “apaxorô”, um cajado em metal).

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    EXÚ – liga o mundo material ao mundo das entidades. Distribui fertilidade, fartura, benções de projeção astral e sorte nos negócios. É sempre o primeiro orixá a receber oferendas e saudações nos rituais. Na época das colonizações na África, foi chamado de “diabo cristão”, porém Exú não tem nada a ver com o capetinha e seu “apelido” é fruto de um preconceito religioso.

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    É importante lembrar que as religiões afro-brasileiras citadas estão entre as mais praticadas no Brasil e não possuem conexão com “magia negra” ou infelicidade alheia. Portanto, merecem respeito como qualquer outra crença. Para os que zeraram a redação do Enem, #ficaadica.

    3) Foi muito influenciada por uma negra americana

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    Você já ouviu falar de Katherine Dunham? Essa bailarina nasceu em Chicago, nos Estados Unidos, no dia 22 de junho de 1909. Era filha de um homem afro-americano com uma mulher francesa-canadense. Cantava gospel em uma Igreja Metodista que frequentava até que, aos oito anos, fez uma apresentação de músicas não religiosas para arrecadar dinheiro.

    Na época, Dunham não imaginava que chegaria a trabalhar com dança. Seguiu os passos do irmão, Albert Dunham Jr., e estudou na Universidade de Chicago para tornar-se professora, sendo a primeira mulher afrodescendente a estudar nessa universidade e obter bacharelado, mestrado e doutorado em Antropologia.

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    Bailarina e antropóloga, Katherine Dunham estudou as raízes da dança afro e tornou-se ícone fundamental da sua trajetória. Pesquisou danças afrodescendentes em diversos países, principalmente pela América do Sul e pelo Caribe. Criou diversas obras coreográficas, implementando aspectos de dança contemporânea à modalidade e formando a sua companhia de ballet negro, o Ballet Katherine Dunham.

    Muitas das danças e coreografias estudadas hoje em escolas especializadas brasileiras são inspiradas no trabalho de Katherine.

    4) Ela influencia seu cotidiano

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    O ritmo africano não é uma coisa isolada. Ele exerce grande influência no funk carioca, marcando forte presença em seus movimentos, na sua batida e no famoso “passinho” (veja o vídeo acima por volta dos 2:30 e veja se nota a semelhança).

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    Outro ritmo popular inspirado pelas raízes afro é o samba, que originou o maior evento brasileiro, o Carnaval.

    A cultura africana não “só” acrescenta à dança, à religião e à música, como também à culinária brasileira e aos esportes. O acarajé, o vatapá, o pé-de-moleque, o cuscuz doce e o quindim são exemplos de comidas muito famosas no Nordeste. A capoeira, um dos esportes mais praticados no país, originou-se entre escravos e chegou a ser uma prática proibida.

    A cultura africana, junto à cultura indígena, é essencial no Brasil e faz parte da sua história. Portanto, é preciso o respeito e a tolerância para que seja ainda mais valorizada.

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