Undertale está disponível na Steam e no site oficial por apenas R$ 20 e eu posso lhe garantir que serão os R$ 20 mais bem gastos da sua vida. De lições de vida a piadas ruins, aqui estão 6 razões para você jogar o (já) clássico Undertale.
1) Foi feito por uma pessoa só
Toby Fox, também conhecido como Gênio Supremo do Universo, fez Undertale inteiro sozinho: roteiro, programação, trilha sonora e design, com algumas artes adicionais por Temmie Chang. Tudo isso em um período de quase 3 anos!
2) Trilha sonora
A trilha de Undertale é incrivelmente marcante. Com arranjos incríveis e inovadores, alternando entre 8-bit, eletrônica, rock e latidos – não, você não leu errado – as músicas que compõem a trilha (e que você pode escutar no Spotify) casam perfeitamente com as ambientações e situações em que o game se passa.
3) Sistema de luta
As batalhas seguem o estilo clássico de bullet hell, com padrões que variam conforme os inimigos. A diferença desse sistema para os outros é que você não precisa matar nenhum dos inimigos que você encontra. Aliás, esse é o carro-chefe de Undertale: o poder do diálogo.
Cada personagem tem uma questão que pode ser resolvida por meio da fala e, dependendo das suas ações, se você resolver as batalhas usando o gogó ou fizer chover o inferno sobre seus inimigos, o jogo oferece três rotas diferentes com finais correspondentes e um secreto (que eu vou comentar já já).
As rotas são: a Neutra, quando você joga pela primeira vez sem matar ninguém ou matando apenas alguns inimigos; a Pacifista, quando você termina a Neutra e retorna ao seu save antes do final para virar amigo de todo mundo (dependendo se você matou alguém ou não, talvez seja necessário jogar o game desde o início para ter esse final); e a rota Genocida, em que você mata tudo o que vê.
Apesar de o jogo não recomendar que você faça a rota Genocida (e eu também não), o final dela é um dos mais marcantes que eu já vi em um game, com uma simbologia tão significativa que faz você repensar toda a sua vida.
4) A história
Undertale tem uma das histórias mais cativantes de todos os tempos… e, ao mesmo tempo, uma das mais macabras também (não vou dar spoiler da reviravolta, mas se você estiver curioso, jogue a rota Pacifista).
A história começa bem simples e sem muita explicação: humanos e monstros vivam em paz, até que uma guerra foi declarada e nós fomos vitoriosos. Os monstros foram selados no Subterrâneo, onde o game se passa. Anos depois, uma criança (o jogador) cai no Mount Ebott (a entrada do Subterrâneo) e, assim, precisa encontrar uma maneira de sair dali.
Como todo bom e velho RPG, Undertale está lotado de textos e diálogos explicativos e, pra quem não gosta de ler, não se preocupe – eles são bem curtinhos.
5) Os personagens
“Ridendo castigat mores”, do latim “através do riso, castiga-se a moral”. Os personagens em Undertale são deliberadamente forçados, justamente para mostrar que nós não somos muito diferentes deles. Vamos pegar como exemplo Alphys, a cientista real. Ela é uma pessoa de grande importância (e que guarda um grande segredo), mas ainda assim é confusa, atrapalhada, insegura e irritantemente tímida.
Ela tem uma paixão secreta por Undyne, líder da Guarda Real, mas não tem coragem de chegar a ela e dizer seus sentimentos (tipo eu na vida). E nós rimos disso, porque Alphys é o reflexo de muita gente por aí, inclusive você que está lendo este texto.
6) A quebra da quarta parede
A vida não tem botão de reset! Até o final do game, nós achamos que Undertale é totalmente despretensioso. Então eu lhes digo que não. Existem dois personagens que têm total noção de que estão em um jogo, Sans (o irmão de Papyrus e um dos meus personagens favoritos do game) e Flowey (o principal antagonista do jogo e um grande filho da p).
Toda vez que você reiniciar o seu save para fazer uma rota diferente da anterior, os dois saberão, principalmente Flowey. Aliás, é ele que sugere que você faça a rota Pacifista ao final da rota Neutra (isso não é um spoiler, fique tranquilo). Essa é uma das principais lições de vida que Undertale nos ensina: suas ações têm consequências. Não importa o que você esteja fazendo em sua rota atual – o que você fez na rota anterior antes de resetar o jogo irá retornar a você, o que é evidenciado pelo final secreto, chamado de “True Genocide” ou Genocídio Verdadeiro (saiba como fazê-lo logo abaixo).
BÔNUS – O final screto (ATENÇÃO: SPOILERS!)
Não leia a partir daqui se não quiser tomar spoilers. Para obter o final True Genocide, é bem simples, basta fazer a rota Genocida, apagar o mundo quando Chara sugerir e, logo após isso, fazer a rota Pacifista.
O final é realmente bem macabro e dá um aperto no coração, pois mostra Frisk sendo possuído por Chara e, depois disso, uma foto dela ao lado de todos os personagens do jogo com seus rostos riscados, indicando que ela matou todos eles.
Isso realmente mostra que suas ações voltam a você. Quando Chara diz que você deve doar sua alma a ela no final da rota Genocida, é exatamente isso o que ela está dizendo. Ela se aproveitou de Frisk para possuir seu corpo e matar todos os amigos que você fez na rota Pacifista, assim concretizando seu plano de voltar à humanidade e destruí-la.
É por isso que eu recomendo que, apesar de dar uma vontade gigantesca, você não faça a rota Genocida se fez a Pacifista primeiro. Dói menos.