Vida de fã de Game of Thrones não é fácil. Apesar de ser a série literária mais consistente e realista (jogando um pouco de lenha na fogueira: melhor que O Senhor dos Anéis), seu avançar tem denotado certo “ritmo próprio” do autor para lançar os livros. Os intervalos foram crescendo suavemente, chegando à marca de quase 5 anos entre a publicação do quarto e do quinto volumes.
A boa notícia é que, para compensar, já está nas livrarias a compilação oficial de mapas da série, feita pelo próprio George R. R. Martin e pelo renomado cartógrafo Jonathan Roberts (responsável pela confecção dos mapas de Dungeons and Dragons), chamada de The Lands of Ice and Fire (Bantam Books, R$ 110, importado).
A obra traz 12 mapas com tamanho de 90 x 60 cm, retratando todas as terras descritas pelo autor no decorrer dos cinco livros já lançados: desde um mapa geral do mundo conhecido (The Known World), passando por mapas como o do continente de Westeros e até terras nunca antes detalhadas, como a do Mar Dothraki (The Dothraki Sea).
Tyrion reprova os mapas: “não tem a localização de nenhum bordel”
Por ser um continente dividido entre diversas culturas, sem um sistema de governo que una as cidades, os autores optaram por apresentar seis mapas específicos abrangendo diferentes regiões do mesmo: o Leste, especialmente a região de Qarth (The East), o já citado Mar Dothraki (esse nunca antes visto na série), o centro de Essos (Central Essos), a Baía dos Escravos, local de crucial importância na história de Daenerys no quinto livro (Slaver’s Bay), as cidades mercantis a oeste de Essos (The Free Cities) e a cidade de Bravos, lugar onde, segundo fãs-estudiosos da saga, haverá acontecimentos no próximo livro que mudarão o curso da série.
Aliás, os mapas sobre o Leste, que no mundo apresentado até o momento contempla o continente de Essos, ganham destaque nessa compilação. Relegado a segundo plano nos dois primeiros livros da série, Essos ganha importância a partir do terceiro livro, atingindo o ápice de sua retratação com as idas de Tyrion Lannister, Arya Stark e outros em A Dança dos Dragões, o quinto volume.
Do outro lado, temos um mapa das terras Ocidentais, trazendo Westeros, as Cidades Livres e as tão citadas Ilhas de Verão (The West), na verdade uma junção do mapa das Cidades Livres com um mapa superdetalhado sobre Westeros, abrangendo suas porções norte e sul, com indicações sobre castelos, cidades, vilas, topografia, estradas e outras marcações geográficas.
Daenerys se perde no deserto: “me disseram que tinha um posto 24h aqui”
Do outro lado, temos um mapa das terras Ocidentais, trazendo Westeros, as Cidades Livres e as tão citadas Ilhas de Verão (The West), na verdade uma junção do mapa das Cidades Livres com um mapa superdetalhado sobre Westeros, abrangendo suas porções norte e sul, com indicações sobre castelos, cidades, vilas, topografia, estradas e outras marcações geográficas.
Olhando ao Norte, temos um mapa com foco na Muralha (Beyond The Wall), com vista desde as duas dádivas concedidas à Patrulha da Noite até as mais distantes terras para lá da Muralha. A exemplo do mapa de Bravos, há também um mapa exclusivo sobre Porto Real (King’s Landing), mostrando os principais pontos citados durante todo o livro, mas (e isso configura uma das únicas falhas da obra) sem entrar em detalhes com relação à Fortaleza Vermelha, o lar da Família Real.
Por fim, há um mapa retratando, com linhas em diversas cores, as jornadas dos principais personagens (o que, em se tratando dessa série, significa muitos personagens) por todas as terras por onde passaram. Por ter sido possivelmente o mais trabalhoso de se fazer, e o que todos os fãs da saga gostariam de ter, considero esse o melhor mapa.
Uma única falha me chama a atenção: a ausência de escala. Para alguns, pode parecer uma coisa desnecessária, mas acho que seria curioso medir o tamanho de certos percursos e compará-los com as descrições presentes nos livros.
Ah, e se você não aguenta mais esperar o próximo livro, fique ligado: Martin aproveitou The Lands of Ice and Fire para adiantar terras que estarão presentes nos próximos livros, como o quarto continente, Ulthos, as Cidades dos Homens Sem Sangue e Os Cinco Fortes. Não chego ao ponto de dizer que não é possível compreender os livros sem ver estes mapas, mas quem é realmente fã e deseja compreender a fundo a complexidade dessa maravilhosa obra de ficção não pode perder!
“E o que dizemos para o deus da água e e do sabão, Arya?”, “Hoje não”