Se você curte os zumbis horrendos de The Walking Dead, leia A Menina Que Tinha Dons (Ed. Rocco, 384 pgs., R$ 29,50), livro de estreia do britânico M.R. Carey, aclamado roteirista de HQs como X-Men e Hellblazer. O livro inaugura a Fábrica 231, selo de entretenimento da Editora Rocco, e a obra já chega altamente recomendada.
Há 20 anos, o mundo que habitamos chegou ao fim por conta de um fungo destruidor que destruiu metade de toda a humanidade. Mas um pequeno grupo ainda luta pela sobrevivência e procura uma cura para a infecção dentro de uma base militar.
Nessa base militar vive Melanie, uma menina de dez anos extremamente inteligente, que adora a escola e ama sua professora, Helen Justineau. Inseridos numa realidade cheia de atividades rígidas, Melanie e seus colegas são mantidos presos e isolados em celas individuais. As crianças só podem se deslocar para ir à sala de aula e tomar banho.
Esta rotina é tudo que Melanie conhece e entende como normal e correta. A menina, entretanto, é considerada especial pelos professores, militares e pesquisadores da base por sua inteligência fora do normal. A menina superdotada tem sede de conhecimento e quer ouvir histórias, resolver equações e descobrir a realidade assustadora do mundo exterior.
A trama de A Menina Que Tinha Dons traz um assunto que já está saturado. Por isso, não é possível ler o livro sem lembrar-se de algum capítulo de The Walking Dead. No entanto, a história é bastante envolvente e apresenta um novo modo de apocalipse zumbi.
O enredo gira em torno das emoções e perigos dos protagonistas, algo que difere de outros livros de ação. Alguns momentos são de causar raiva, estranheza e medo, muito medo. Além disso, a narrativa é intensa e rápida, misturando horror com distopia. O livro é bem escrito e consegue facilmente prender o leitor, mesmo com os diversos termos médicos que são apresentados complicadamente em alguns capítulos.
O final da história deixa um gostinho de quero mais para todo leitor que curte uma boa história de zumbis.