Gabriela Aguerre
– 10 fatos impressionantes sobre o tsunami
– Ondas atingem mais de 30 metros
– Conspiração: o tsunami é uma catástrofe fabricada?
Ondas vêm e vão. Com mais força, com menos. De repente, algo inusitado acontece. Primeiro, o mar avança um pouco mais que o normal. Então, recua cerca de 300 metros. Esse é o único aviso. Corra! Num intervalo de 5 a 30 minutos, a costa e tudo o que existe nela será engolido por uma gigantesca onda. A massa dágua vem com tanta fúria que não deixa nada de pé. Tudo desaparece debaixo da espuma.
Tsunami é uma onda que nem o mais temerário surfista ousaria encarar. Chega a 30 metros de altura, o equivalente a um edifício de 10 andares. Não se confunde com os vagalhões comuns, gerados pela ação dos ventos e das correntes marítimas. Ele nasce nas profundezas do solo, como efeito colateral de terremotos ou da erupção de vulcões submarinos (veja infográfico na pág. 53).
Tsunami significa “onda de porto”, em japonês. A palavra só poderia vir mesmo do Japão. Esse país é um dos lugares do mundo mais atingidos por maremotos. Em 1703, um terrível tsunami atingiu a ilha japonesa de Awa e matou mais de 100 000 pessoas.
Ondas são inofensivas em alto-mar
Nos últimos quinze anos, os tsunamis mataram 2 000 pessoas, no mundo inteiro. Sua causa mais comum são os terremotos no fundo do oceano. No início, o efeito do tremor passa despercebido. A onda raramente ultrapassa 5 ou 6 metros em alto-mar, o que não significa muito para um barco moderno. Ela percorre distâncias gigantescas, numa velocidade quase igual à do som, que é de 1 260 quilômetros por hora. Antes que o capitão do navio perceba a chegada da onda e tome as devidas precauções, ela já passou.
O tsunami só mostra toda sua violência ao se aproximar da costa. A velocidade cai para 60 quilômetros por hora. É como uma freada violenta de um carro ou motocicleta. A energia acumulada se projeta para a frente, formando ondas de até 30 metros de altura. Inofensivo em alto-mar, o vagalhão assassino é capaz de atravessar a metade do planeta em poucas horas. Para você ter uma idéia do alcance do tsunami, vale a pena lembrar a tragédia do dia 23 de maio de 1960. Um terremoto na costa do Chile desencadeou uma onda que atravessou o Oceano Pacífico a 770 quilômetros por hora. Depois de uma viagem de quatorze horas, chegou ao Havaí e devastou o porto de Hilo. Resultado: 61 mortos e um prejuízo de 23 milhões de dólares. Entre as vítimas havia vários turistas que, em vez de correr quando perceberam o tsunami se formando no horizonte, preferiram ficar para assistir ao espetáculo. Se um dia você se vir numa situação parecida, resista à tentação. Sua vida é mais importante.
A maior tragédia de Lisboa
Até hoje Portugal lembra com amargura a manhã de 1º de novembro de 1755. Era sábado, Dia de Todos os Santos. Às 9h40, um violento tremor sacudiu a cidade e colocou em pânico os fiéis que assistiam às missas. Uma multidão correu para o cais, fora do alcance dos tijolos que caíam dos edifícios. Quarenta minutos depois do terremoto, o mar recuou repentinamente. Voltou com uma onda de 10 metros de altura que afogou todos os que haviam se refugiado ali. Morreram naquele dia 60 000 pessoas.
Como o tsunami invade a sua praia
Encosta abrupta
As encostas abruptas tornam as praias mais vulneráveis aos tsunamis. A onda que se desloca no oceano se choca de repente com a encosta e forma uma muralha de água que arrebenta violentamente
Inclinação suave
Nas encostas planas, as ondas perdem a velocidade. A força diminui aos poucos e o choque é menos violento
Origem no fundo do oceano
Existem três maneiras de se formar um maremoto:
Vulcão submarino
Uma erupção vulcânica submarina injeta no mar milhares de toneladas de lava. O resultado é uma onda fortíssima, que se desloca rapidamente pela superfície e quebra com incrível violência ao atingir a praia
Terremoto
Um terremoto submarino desloca grandes camadas da crosta oceânica. A massa de água imediatamente acima da falha sente os efeitos do tremor como um empurrão.
Bolha de gás
Uma enorme bolha de gás surge no fundo do oceano e provoca o mesmo efeito que uma explosão gigantesca. O gás é o metano, que se deposita em imensas quantidades no subsolo, geralmente sobre as camadas de petróleo