Se ela impede que você faça uma atividade corriqueira, como se relacionar, trabalhar ou estudar, sim. “O compulsivo não necessariamente sente satisfação com a masturbação. Ele repete a prática várias vezes ao dia para tentar se livrar de uma emoção negativa, como angústia ou tensão. E, depois do orgasmo, percebe que aquilo foi momentâneo e não resolveu o problema dele. Então, recorre ao ato novamente”, afirma o ginecologista e sexólogo Amaury Mendes Júnior, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Estudos apontam também que a tendência ao vício pode ser genética, o que explicaria por que alguns desenvolvem dependência (de sexo, masturbação, comida, álcool, drogas) e outros não. Pesquisadores acreditam que há menos receptores de dopamina no cérebro dos viciados ou que desequilíbrios químicos inibam a comunicação entre os neurônios envolvidos no processo.
O fato é que vício e prazer estão intimamente ligados, porque nascem em uma região cerebral chamada centro de recompensa: quando acionada – com sexo, masturbação, comida, álcool, drogas -, essa área libera a produção de dopamina, fazendo você querer mais e mais.
Seja como for, tocar os genitais traz benefícios extras, já que outros hormônios são produzidos. Com o estímulo, o hipotálamo mobiliza a glândula hipófise, que estimula testículos e ovários a produzirem testosterona. Ela desencadeia o desejo e estimula a produção de espermatozoides e sêmen. Na mulher, a hipófise comanda a produção de estrógeno e progesterona – moduladores da vontade de fazer sexo. A ativação das glândulas faz crescer também a presença de cortisol, que acelera o metabolismo, e a adrenalina, que turbina os batimentos cardíacos, a temperatura, a respiração, a produção de suor e a vasodilatação. A coisa vai esquentando até aparecer o orgasmo, que é uma descarga da tensão. As taxas dos hormônios voltam aos padrões normais, mas as endorfinas são aumentadas e geram a sensação de bem-estar.