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A próxima guerra pode ser nuclear

Chance de uma pessoa morrer devido ao uso desse tipo de arma é de 1 em 10

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h53 - Publicado em 26 Maio 2012, 22h00

Alessandro Greco e Denise Barros

“Odeio ser o portador de más notícias, mas teremos todos de pensar novamente no impensável.” Assim o jornalista americano Ron Rosenbaum descreve em seu recém-lançado livro How the End Begins: The Road to a Nuclear World War a situação do mundo em relação às armas nucleares e a possibilidade de o uso de uma delas desencadear uma guerra nuclear. Os números dão razão a Rosenbaum. A última estimativa feita pela ONG Boletim dos Cientistas Atômicos, de julho de 2010, avalia que haja atualmente nove países com armas nucleares – Estados Unidos, Rússia, França, China, Grã-Bretanha, Israel, Índia, Paquistão e Coreia do Norte. No total, possuem 22 400 ogivas nucleares, 95% delas nas mãos dos Estados Unidos e da Rússia. Não, você não leu errado. O número é vinte e duas mil e quatrocentas ogivas – pouco mais, pouco menos.

Até aí, tudo “razoavelmente” tranquilo. Os dois países, somados a França e Grã-Bretanha, têm governos estáveis e estão em regiões também relativamente estáveis. Não é o caso de China, Israel e Índia. O primeiro é um governo de partido único. Os outros dois estão em regiões de conflito, o que gera uma sensação de desconforto. Agora, quando ficamos sabendo que o Paquistão tem entre 70 e 90 delas e a Coreia do Norte pode ter até dez, a sensação passa para medo mesmo.

Para Martin Helmann, da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, a chance de uma pessoa nascida nos dias de hoje ter uma morte precoce por causa de uma guerra nuclear é de 10%. “O risco de cada um de nós morrer como resultado de uma falha de dissuasão (a capacidade de parar um processo, neste caso de uso de armas nucleares) é milhares de vezes maior do que o risco que você teria se tivesse uma usina nuclear na porta da sua casa”, explicou ele no artigo Risk Analysis of Nuclear Deterrence. Se, por uma tragédia do destino, uma guerra nuclear começasse, o nível de radiação chegaria a um ponto que tornaria insustentável a vida na Terra.

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A bomba suja
A arma psicológica dos terroristas

Construir uma bomba suja não é uma tarefa complicada. Basta, em tese, misturar explosivo convencional com pitadas de material radioativo e pronto, ela está feita. Sim, grupos terroristas poderiam montar uma delas facilmente. A dificuldade está em conseguir o material radioativo para misturar no explosivo. Mesmo que isso acontecesse, a efetividade desse tipo de bomba é muito debatida. O Instituto de Biossegurança da Universidade de Saint Louis, nos Estados Unidos, vê a situação muito mais como um terror psicológico do que real. “O perigo real de uma bomba dessas é o medo e o pânico que ela gera. As perdas imediatas serão fruto da explosão inicial, mas o pânico causado pelo potencial de uma contaminação radioativa causaria mais vítimas e atrapalharia os esforços de resgate e evacuação”, afirmam os especialistas do instituto. O que não significa que não haveria mortes devido à radiação. Elas aconteceriam, mas não seria o tipo de evento que acabaria com a vida de milhões de pessoas. “O primeiro risco à saúde de uma bomba suja é o câncer devido à exposição à radiação residual. A dose de radiação de uma bomba dessas, no entanto, é provavelmente pequena”, completam eles. Ainda assim, a “bomba suja” é dor de cabeça para os serviços de segurança do Ocidente.

Fonte: ONG Boletim dos Cientistas Atômicos

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