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Ahhhhhhhhhh

Não falha. Você chega ao consultório e ele apalpa, puxa, espia, escuta e ainda dá umas batidinhas. Entenda o que o médico está procurando no exame clínico.

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h51 - Publicado em 31 jan 1998, 22h00

João Luiz Guimarães

Com a língua de fora

Quando o médico pede para você abrir a boca e botar a língua para fora, ele não está com inveja do seu dentista. Quer apenas observar a quantidade de saliva, o que indica se você está bem hidratado. “Também o estado da língua revela muita coisa”, explica o gastrenterologista Thomas Szegö, do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Se ela estiver lisa, é sinal de má nutrição. Além disso, aftas na mucosa da boca costumam indicar problemas gástricos. Inflamações na garganta também podem ser detectadas nesse exame.

Cabeça, tronco e membros

A praxe é fazer o exame de cima para baixo.

No início, é olho no olho

Quando o médico puxa sua pálpebra inferior, está examinando os pequenos vasos sanguíneos que irrigam a região. Se a cor vermelha estiver esmaecida, é sinal de anemia, ou seja, falta de glóbulos vermelhos no sangue. Ele também observa a parte branca dos olhos, chamada de conjuntiva ocular. Quando ela está amarelada, é sinal de icterícia, resultado de uma disfunção do fígado ou da vesícula biliar.

Checando as defesas

Após um olhar atento sobre o crânio e a face, à procura de assimetrias ou calombos, o médico checa, com a ponta dos dedos, os gânglios linfáticos (foto). Esses grânulos, que parecem caroços de uva, fazem parte do sistema imunológico, encarregado de tarefas fundamentais na defesa do organismo. Quando o corpo é invadido por vírus ou bactérias, os gânglios ficam inchados e doloridos. O pescoço é um dos lugares do corpo onde eles estão mais presentes. Lembra-se de como ele ficou inchado quando você teve caxumba?

Volta completa

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Na cabeça, os gânglios se concentram em três lugares: na região submandibular, embaixo do queixo; na retroauricular, a parte do pescoço abaixo dos ouvidos (foto); e na região cervical, acompanhando as vértebras do pescoço. Outras áreas de concentração de gânglios são as axilas e a virilha. Eles agem como filtros, retirando os corpos estranhos da corrente sanguínea. Com o toque dos dedos, o médico verifica se os gânglios apresentam alguma alteração.

Centro regulador

Na parte da frente do pescoço, junto ao pomo-de-Adão, mais visível nos homens do que nas mulheres, o médico sente a glândula tireóide. Ela produz boa parte dos hormônios que regulam o metabolismo, o conjunto de processos físico-químicos do corpo. Quando o médico percebe que a tireóide está grande demais, é possível que o diagnóstico seja bócio, doença em que há atividade exagerada da glândula. Na pior das hipóteses, a dilatação também pode ser um efeito de processos cancerígenos.

Por que dizer 33?

Você já deve ter ficado intrigado quando o médico encostou o estetoscópio nas suas costas e pediu para você pronunciar o número 33. Esse ato se chama auscultação. O estetoscópio permite escutar, de forma ampliada, o ruídos da passagem do ar pelos pulmões.

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E o 33? Por que não 47? Ou 62? É que a pronúncia dos erres do 33 provoca uma vibração dentro do seu tórax.

Ao ouvi-la, o médico detecta se há acúmulo de líquido, muco ou secreções dentro dos pulmões, em conseqüência de inflamações ou infecções.

Som entre as costelas

Há uma hora em que o médico deixa de lado o estetoscópio e passa a confiar apenas no ouvido. Com uma das mãos, ele acomoda os dedos no espaço entre as suas costelas. Com dois dedos da outra mão, dá leves batidinhas sobre os dedos que estão em contato com as suas costas. Este procedimento se chama percussão toráxica. Pelo som, dá para o médico sentir se o pulmão está apenas cheio de ar ou se apresenta alguma obstrução. Quanto mais o som se parecer com o de um tambor, melhor.

Tum tum, bate coração

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O estetoscópio volta à cena. Com o aparelho encostado no lado esquerdo do seu peito, o médico ouve os ruídos da circulação do sangue dentro dos ventrículos e das aurículas, os compartimentos internos do coração. Pelo som, ele verifica o funcionamento das válvulas cardíacas. Dá para descobrir, por exemplo, se há sopro, ou seja, o refluxo do sangue numa das válvulas, o que soa no estetoscópio como uma lufada de vento, daí o nome.

Entrando no ritmo

Chegou a vez de conferir o ritmo do coração. Com a ponta dos dedos, o médico pressiona a artéria radial contra o osso rádio, do braço. Ele sente as pulsações da artéria, que no caso de um adulto normal são de 80 por minuto, em média. A contagem dura 15 segundos e o resultado, então, é multiplicado por quatro.

Medida antiga

Para medir a pressão sanguínea, o médico usa um instrumento que é inflado de modo a pressionar a artéria do seu braço até interromper a circulação. A seguir, ele retira gradualmente o ar do aparelho, liberando o fluxo de sangue. Com o estetoscópio, o médico ouve o exato momento em que o sangue volta a passar. O resultado aparece nos ponteiros do manômetro. Uma pressão normal é de doze por oito. Esses números significam 120 por 80 milímetros de mercúrio, que era antigamente a escala da pressão do manômetro. Hoje em dia não se usa mais mercúrio, mas as unidades de medida permanecem, por tradição. O primeiro número corresponde ao momento em que o coração se contrai, o segundo ao instante em que ele se dilata.

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Mãos de raios X

Com toques exatos, o médico sente os órgãos internos.

Barriga sob controle

Terminada a inspeção da cabeça e do tórax, é chegado o momento do abdome. Pressionando levemente sua barriga com as mãos, o médico faz um exame geral da região, sentindo a presença de qualquer calombo estranho na área do estômago e dos intestinos.

Toque no fígado

A seguir, o médico pede para você encher os pulmões. Com isso, o diafragma desce e empurra o fígado, sendo possível senti-lo do lado direito, logo abaixo das costelas. Com os dedos, ele detecta eventuais anomalias. Se o fígado de um adulto estiver rugoso, por exemplo, pode ser cirrose. A dor levanta a suspeita de hepatite.

Batucada intestinal

Da mesma forma como foi feito no exame dos pulmões, o médico utiliza a técnica da percussão sobre a barriga. Sons como os de um tambor refletem a presença de gases no intestino. Um barulho mais seco revela a presença de algum corpo sólido. Geralmente, isso quer dizer apenas prisão de ventre, mas, em casos excepcionais, pode significar um tumor.

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Perna também tem pulso

A medição do pulso também pode ser feita nos membros inferiores, ou seja, nas pernas do paciente, a fim de verificar se elas estão recebendo a devida irrigação sanguínea. O médico pressiona a parte de trás da articulação do joelho. Também pode verificar a pressão no peito do pé.

Apertadinha na canela

Uma forma de saber se você apresenta um quadro de edema, ou seja, se o seu organismo está retendo líquido de forma exagerada, é apertando de leve a parte da frente da canela, bem sobre o osso tíbia. Ao tirar o dedo, observa-se o local da pressão. Se a marca da pressão permanecer por alguns instantes, é sinal da existência de um edema, ou seja, uma área de retenção de líquido no organismo. O excesso de sal na comida pode ser o culpado.

Martelada no joelho

O famoso exame do martelinho no joelho já não é um procedimento obrigatório nas consultas dos médicos de clínica geral, mas continua a ser praticado. Consiste em dar uma leve batida com um martelinho especial sobre o joelho do paciente e observar o seu reflexo, que é o de dar um pequeno chute para a frente. Isso comprova que o sistema nervoso está funcionando bem.

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