Americana transmite seus encontros amorosos pela Internet
Além de transmitir o encontro, ela obedecia ordens de qualquer pessoa em tempo real
Natalia Rangel
A programadora de software Lauren McCarthy não conhecia ninguém em Portland, para onde se mudou. Então cadastrou-se num site de namoro e combinou de sair com alguns rapazes. Com uma diferença: transmitiu os encontros pela internet, com uma câmera escondida, e criou um site em que qualquer pessoa poderia comandá-la em tempo real, determinando o que ela deveria dizer e como reagir às ações do pretendente – que não sabia de nada.
Marcar os encontros foi fácil. Lauren topou sair com homens de vários estilos e faixas etárias. Ela chegava mais cedo para escolher a mesa e posicionar sua bolsa, que ficava entreaberta e com um iPhone estrategicamente posicionado. Quando o encontro começava, as pessoas que se conectavam ao site de Lauren (socialturkers.com) podiam determinar as ações dela – digitando o que ela deveria dizer ou fazer. As ordens chegavam a Lauren por escrito, num iPod Touch que ela ficava segurando na mão. “No começo, eu recebia todas as mensagens, mas era informação demais. Criei um sistema onde as ordens eram submetidas a uma votação”, conta. “A experiência mais intensa foi quando votaram que eu beijasse o cara”, conta Lauren, que obedeceu – e deu o único beijo das 16 noites. “Alguns eram até bonitos, mas não encontrei ninguém para levar adiante”, lamenta. Ela revelou a alguns pretendentes que aquilo era uma experiência. “Quem soube ficou curioso e deu risada. Ninguém ficou bravo”, lembra. Agora, ela está desenvolvendo um aplicativo, para que qualquer pessoa possa transmitir os próprios encontros pela internet. “O mais bacana é ver o quanto a inteligência coletiva pode ajudar você a se soltar”, diz.