Contagem atrapalhada
A renomada publicação científica inglesa abandonou uma prática que adotava há 125 anos. Fiel ao inglês britânico tradicional, ela se recusava a escrever em suas páginas a palavra trilhão, mesmo quando se referia a quantidades mil vezes superiores a um bilhão.
Acabou confusão. No último mês de julho, a revista Nature, renomada publicação científica mundial, abandonou uma prática que adotava desde a fundação, há 125 nos. Fiel ao inglês britânico tradicional, ela se recusava a escrever em suas páginas a palavra trilhão, mesmo quando se referia a quantidades mil vezes superiores a um bilhão. É claro que isso forçava os redatores a verdadeiras acrobacias sempre que queriam enumerar, por exemplo, os trilhões de células do organismo humano. Enquanto as contagens do mundo inteiro passam de mil para milhão, bilhão e trilhão, na Inglaterra, em vez de bilhão, se diz mil milhões ou milliard, inexistente em português; e em vez de trilhão, se diz bilhão, ou billion. Com a mudança, venceu a terminologia moderna, que evita milhões de mal-entendidos. Ou seriam milliards? Em linguagem científica, o bilhão da Nature passou a significar 109 (1 seguido de nove zeros, em lugar dos 102 tradicionais).