Denis Russo Burgierman, diretor de redação
Em 1499, a ideia de Brasil ainda não existia. Mas essas terras vastas cobertas de florestas e cerrados, circundadas por praias de areia branca, já eram um lugar complexo, cheio de vida, cheio de gente, cheio de histórias. Nos últimos dois meses, o editor Emiliano Urbim mergulhou nessas histórias, que ele conta a partir da página 30. É sua chance de embarcar em boa companhia numa viagem rumo a 515 anos atrás, uma época em que os nativos do Brasil nem suspeitavam que tudo em seu mundo estava prestes a mudar profundamente e para sempre.
Engraçado é que a reportagem que escrevi para esta edição, que começa na página 48, com ilustrações arrepiantes de Marcio Moreno, conta uma história parecida: a de uma humanidade prestes a ser chacoalhada por uma transformação profunda, dessas que mudam a lógica e o significado das coisas. Só que essa história não é de 1499 – é de 2014. Se a tese do texto estiver correta, estamos à beira de mais uma transição revolucionária. E ninguém está se dando conta disso.
É assim o mundo: cheio de histórias fantásticas a serem contadas, cheio de transformações épicas a serem compreendidas. E é esse o nosso trabalho aqui na SUPER: contá-las; compreendê-las. Esta edição tem vários exemplos disso: o texto equilibrado e revelador de Leandro Beguocci sobre os rolezinhos (pág. 28); o sempre brilhante Alexandre Versignassi, com ótima apuração da Cristine Kist, explicando por que sempre caímos no golpe das pirâmides (pág. 64); a viagem de quase ficção científica de Salvador Nogueira sobre a busca por civilizações extraterrestres (pág. 40).
E, se esta edição não saciar seu apetite por histórias incríveis, permita-me sugerir uma sobremesa: o Dossiê SUPER Crime Organizado, que está nas bancas, um retrato inédito de um mundo imensamente poderoso que se esconde nas sombras, muito além de Don Corleone, muito além da família Soprano. Muito além do óbvio. Mais um trabalho de primeira de edição do Maurício Horta.
E, na próxima vez que alguém reclamar que o mundo está tomado de banalidade, que a humanidade está emparedada entre BBBs e mensaleiros, perdida entre memes ridículos e celebridades fajutas, você já tem a resposta. Mentira, não está. Há infinitas grandes histórias ao nosso redor. É só saber procurar por elas.