Utilizada para descrever uma grande briga ou discussão, essa expressão tem sua origem em uma prática comum entre os guerreiros da antigüidade. Eles literalmente cortavam fora o rabo da montaria inimiga, como uma espécie de troféu de batalha.
“O primeiro registro conhecido desse hábito vem do Antigo Egito. Um oficial do exército do faraó Tutmés III, que viveu de 1504 a 1450 antes de Cristo, vangloria-se, em seus escritos, de ter decepado a cauda do cavalo do rei adversário”, diz o lingüista e escritor Deonísio da Silva, professor do curso de Letras da Universidade Federal de São Carlos, SP, e autor do livro De Onde Vêm as Palavras.
A moda atravessou os milênios, chegando até Portugal e, por tabela, ao Brasil colonial. Só que aqui o costume foi adaptado: arrancava-se o rabo do gado de fazendas vizinhas inimigas. “O romancista José Lins do Rego refere-se a este costume em seus livros Fogo Morto e Meus Verdes Anos”, afirma Deonísio.