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Disputa na psicologia: quem faz bullying é vilão ou vítima?

Estudos rivais tentam explicar o comportamento dos valentões na escola, com versões bem diferentes sobre o que leva à agressividade.

Por Ana Carolina Leonardi Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
14 mar 2017, 15h16

Você já deve ter visto esta cena em centenas de filmes: o valentão, que persegue os nerds, mostra um lado sensível e conturbado. Na verdade, toda aquela agressividade é uma reação a traumas de infância, problemas em casa e pais exigentes e ausentes.

Disputa na psicologia: quem faz bullying é vilão ou vítima?

Uma série de valentões da ficção se encaixam nessa definição, que busca uma origem complexa, e por vezes sofrida) no comportamento agressivo. E essa explicação também é a mais popular nos estudos de psicologia.

Nos últimos anos, porém, outra hipótese surgiu para defender que quem pratica bullying é mais feliz e autoconfiante.  Ou seja, na verdade é praticado porque traz vantagens para quem o pratica, de autoestima até menor risco de depressão. As autoras chamam sua tese de “A Origem Evolucionária do Bullying Adolescente”.

A pesquisa, publicada em 2015, estudou 135 adolescentes canadenses, de 13 a 16 anos, que frequentavam a mesma escola. Eles foram divididos em quatro categorias, de acordo com seu comportamento: bullies (os que praticam bullying), vítimas, bully/vítimas (uma mistura dos dois) e espectadores, aqueles que não se envolvem nem interferem no conflito.

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Cada estudante respondeu a questionários sobre autoestima, saúde mental e status social dentro dos grupos de convívio na escola. Como seria de se esperar, os bullies eram os mais populares, bem acima até de quem não se envolvia em agressões.

Disputa na psicologia: quem faz bullying é vilão ou vítima?

O que surpreendeu os pesquisadores, porém, é que eles não mostravam o Lado B sofrido de que os filmes e outros estudos falavam. Na realidade, tinham os melhores índices nos testes de saúde mental, as autoestimas mais altas e os menores riscos de depressão entre todos os grupos.

Os psicólogos que conduziram o estudo acreditam que isso explica porque o bullying é tão difícil de controlar: essas vantagens emocionais e sociais seriam o estímulo para que as pessoas continuassem a repetir o comportamento.

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A conclusão foi baseada na psicologia evolutiva, que afirma que a seleção natural propaga comportamentos vantajosos e limita outros, assim como faz com os genes.

Essa perspectiva, porém, não convenceu grande parte dos pesquisadores da área. Isso porque os resultados vêm de uma amostra pequena, que é toda de um mesmo colégio e poderiam ser influenciados por outros fatores. Por causa dessas limitações, não daria para afirmar que todo valentão colhe os louros da autoconfiança graças ao bullying que pratica.

Por enquanto, então, segue vencendo a teoria de que a agressividade é efeito colateral de uma adolescência difícil. E você que já sofreu ou praticou bullying em algum momento: acha que a agressão faz bem pra mente do valentão ou esconde um sofrimento silencioso?

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