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DNA não prova mais nada

Cientistas mostram que é possível falsificar amostras de sangue

Por Da Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 31 out 2016, 18h47 - Publicado em 30 abr 2011, 22h00

Gabriela Borges

Gil Grissom e a loira chegam à cena do crime, recolhem uma amostra de DNA, levam para o laboratório e a mágica acontece – em pouco tempo, até os crimes mais misteriosos são desvendados. Não existe nada que os peritos de CSI não consigam descobrir. Mas, na vida real, tudo isso está caindo por terra. Um grupo de cientistas israelenses inventou um método para enganar os testes de DNA. Eles mostraram que é possível produzir sangue e saliva falsificados, ou seja, que contêm o código genético de outra pessoa. Qualquer pessoa. Tudo o que você precisa para incriminar alguém é coletar um fio de cabelo ou um guardanapo (veja no infográfico). A falsificação, que os cientistas dizem ser bastante simples, utiliza equipamentos que já existem na maioria dos laboratórios de genômica – e já foi inclusive comprovada na prática. “Nós mandamos amostras de sangue para um laboratório que presta serviços à polícia dos EUA. E conseguimos enganá-los”, revela o biólogo Adam Wasserstrom. Segundo ele, existe uma maneira de detectar sangue falsificado (basta verificar se houve metilação, uma reação química que só acontece no DNA verdadeiro), mas isso exigirá que os peritos atualizem seus métodos. E eles não parecem muito preocupados com isso. “Não existe laboratório especializado nessa fraude. Eles (os cientistas) devem ter equipamentos de biologia molecular e entender muito da técnica”, desdenha Hélio Buchmüller Lima, vice-presidente da Associação Nacional de Peritos Criminais. É verdade. Falsificar o DNA ainda não é uma tarefa ao alcance dos criminosos comuns. Pelo menos até que apareça o primeiro.

Como fazer sangue de mentira (em 3 passos supersimples!)

1. Prepare o material
Pegue um pouquinho de sangue – pode ser o seu mesmo – e coloque numa máquina chamada centrífuga, que remove os glóbulos brancos dele. O resultado é um sangue “vazio”, sem código genético.

2. Descole a amostra
Vá até um restaurante e colete um fio de cabelo, guardanapo, bituca de cigarro ou copo que foi utilizado por alguém. Leve para o laboratório, extraia o DNA dessa amostra e multiplique em tubo de ensaio.

3. Junte as coisas
Introduza o DNA no sangue vazio. Voilà! Está pronto o sangue falsificado, que contém o código genético de outra pessoa. Agora é só derramá-lo na cena de um crime para enganar a polícia e incriminar a sua vítima. Huahuahua!

 

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