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E se… Cuba abandonasse o comunismo?

Petróleo, etanol e boom imobiliário seriam combustível de uma revolução capitalista na ilha

Por Alexandre Versignassi e Márcio Orsolini
Atualizado em 7 mar 2023, 16h32 - Publicado em 18 fev 2011, 22h00

A ilha teria grandes chances de virar o país que mais cresce no mundo, com uma população até mais rica que a dos EUA.

Não é fantasia: o motor desse milagre econômico, a princípio, já existe. Em outubro de 2008, o país declarou ter descoberto reservas de petróleo equivalentes a 20 bilhões de barris nas águas ao norte do país. Isso dá mais ou menos um quinto da quantidade de óleo da nossa camada pré-sal – mas isso num país com população menor que a da Grande São Paulo (11,5 milhões de habitantes).

Claro que essas reservas também poderiam enriquecer a Cuba comunista. Mas, se a ilha abolisse a ditadura e abraçasse o capitalismo, a bonança viria mais rápido e poderia gerar um efeito cascata na economia.

Primeiro, porque uma mudança no regime acabaria com o bloqueio comercial do EUA. Sem esse obstáculo, os cubanos teriam como importar tecnologia americana para explorar suas reservas. E mais importante: os EUA importam 10 milhões de barris de petróleo por dia, quase tudo do Oriente Médio. Mas Cuba, lembre-se, fica ali ao lado, a 160 quilômetros de distância da Flórida. Bastaria, então, fazer oleodutos ligando a ilha ao território americano para que os EUA pudessem comprar óleo dos cubanos sem gastar quase nada em transporte. Agora junte os bilhões do petróleo a um mercado imobiliário virgem – Fidel, afinal, confiscou a propriedade privada em 1959 e esses imóveis e terras teriam de voltar a seus antigos donos (ou a seus descendentes). Estima-se que o valor de tudo isso seja US$ 50 bilhões.

Mas seria só o começo. Esse monte de imóveis e terras faria nascer um novo mercado. Assim: a grana do petróleo aumentaria o preço dos imóveis, já que vai ter muita gente com dinheiro para comprá-los. Imóveis valorizados fomentam a construção civil, pois novos prédios vão automaticamente dar mais lucro (é o que aconteceu na China e na Índia). E a construção gera empregos. Com mais empregos, mais consumo. Mais consumo, mais produção. Mais produção, mais empregos…. É a roda da economia girando. E, nesse caso, seria um giro azeitado por uma educação de primeiro mundo, coisa que Cuba já tem.

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Cuba libre

Petróleo, etanol e boom imobiliário seriam combustível de uma revolução capitalista na ilha

1. SHOW DO TRILHÃO
Se for confirmado que Cuba está mesmo cheia de petróleo, como diz, e, além disso, os EUA passarem a comprar de lá uns 30% do óleo que importam hoje, a ilha ganharia por volta de US$ 50 bilhões limpos a cada ano. Isso já dobraria o PIB de Cuba. Sozinho, o petróleo faria entrar mais de US$ 1 trilhão na economia local ao longo dos próximos anos.

2. PAÍS FLEX
Terceiro maior produtor de etanol do mundo (atrás dos EUA e de nós), com 12 bilhões de litros por ano. É a metade da produção do Brasil, que tem um território 70 vezes maior. É isso que Cuba pode se tornar se aproveitar seu potencial como produtora de cana. Agora que os EUA estão aumentando para 15% a quantidade de etanol na gasolina, eles teriam um mercado de US$ 7 bilhões anuais.

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3. ATÉ A ÚLTIMA PONTA
Com o fim do embargo, os charutos cubanos ficariam mais baratos nos EUA, e, por extensão, no resto do mundo – o que poderia lançar uma moda um tanto fedorenta. Além disso, o dinheiro extra do petróleo tiraria a agricultura (e o estômago da população) do buraco. Hoje, ela está tão depenada que a produção de alimentos só cai.

4. BOOM IMOBILIÁRIO
A volta da propriedade privada seria a pólvora de uma explosão no preço dos imóveis. E o dinheiro do petróleo e do etanol serviria de pavio. Some isso ao fato de que Cuba tem praias de sonho ao lado dos EUA e veremos Havana se transformar numa Miami – só que bem mais charmosa.

5. DE VOLTA PARA CASA
Uma ilha rica veria um retorno em massa da população cubana que hoje vive exilada nos EUA – são 1,5 milhão de pessoas, o equivalente a 10% da população de Cuba, e que ganham em média US$ 38 mil por ano. Os laços afetivos desses cubanos-americanos com a ilha estimularia a chegada de mais investimentos.

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