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E se… todo mundo parasse de usar camisinha?

A fertilidade mundial subiria — e a tecnologia teria que correr atrás para proteger o coito todo

Por Ana Carolina Leonardi Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 30 jul 2018, 12h29 - Publicado em 25 jul 2018, 13h04
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  • (Gabriel Renner/Superinteressante)

    Você chega ao pronto-socorro e encontra um conhecido. “Essa onda de gripe me pegou”, você puxa papo. “Vim só tratar uma clamidiazinha”, ele responde. Nenhum dos dois pisca. O papo segue normalmente. O diálogo parece de outro mundo – e é.

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    Vem de uma realidade paralela em que a população inteira abandonou a camisinha. Olhando para o mundo real, nem é difícil imaginar o motivo. A verdade é que desde que a camisinha surgiu, há 3 mil anos, com os egípcios enrolando suas partes íntimas com retalhos de linho, muito pouco mudou no “design” do preservativo. A camisinha ficou, sim, mais fina. Mais higiênica. Mais barata. Mais eficiente. E nem assim pegou como deveria.

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    Apenas 5% dos homens no mundo usam preservativos com uma mínima regularidade. Os solteiros são mais assíduos, porém igualmente inclinados a abandoná-los ao primeiro sinal de compromisso. Só um em cada dez casais, diz a ONU, se interessam por eles. E o medo das doenças sexualmente transmissíveis, diferentemente do que se pensa, não é um grande motivador: mesmo com tanta oferta de camisinha a preço de banana, 100 milhões de pessoas por dia são diagnosticadas com DSTs. Muito por isso, a dimensão imaginária na qual a camisinha foi ostracizada é bem menos hipócrita que a nossa.

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    Um mundo sem camisinha teria mais gente, claro. 15% das mulheres dependem só dela para evitar a gravidez. Isso significa 275 milhões de mulheres em idade fértil. A probabilidade de engravidar em um ano de sexo completamente desprotegido é de 85%. Seriam 233 milhões de pessoas a mais no mundo – um pouco menos, na verdade, como você pode ver abaixo.

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    O inusitado é que já existem tecnologias sendo testadas para tornar a camisinha obsoleta. Uma delas é um spray, em desenvolvimento pela Universidade de Oregon (EUA): você aplica sobre o pênis com algumas horas de antecedência. Ele se transforma só na hora H em um preservativo 100% sob medida. E 0% inconveniente. Enquanto nada disso fica disponível na farmácia, por favor, não pare de usar camisinha.

    1. Livre e desentupido

    A indústria da borracha sairia ilesa: 70% do látex é usado para fazer pneu. Mas os governos iriam economizar. O Reino Unido gasta, hoje, R$ 75 milhões por ano com enchentes causadas por camisinhas jogadas na privada.

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    2. Superpopulação

    Camisinhas falham: 18% das mulheres engravidam mesmo com preservativo. Ou seja: 50 milhões de bebês já nascem hoje por conta de camisinhas estouradas. Num mundo sem camisinha, seriam 185 milhões de rebentos a mais por ano. Quase 2 bilhões de terráqueos  extras por década.

    3. Genes de aço

    A resistência genética às DSTs seria de especial interesse para a ciência e a medicina, que buscariam no DNA segredos para combatê-las. Alguém com imunidade a mais de uma doença, então, seria assediadíssimo – ao menos pela indústria farmacêutica.

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    4. Dose diária

    Hoje existem remédios que diminuem drasticamente o risco de alguém contrair HIV. É o caso do antirretroviral Truvada, que precisa ser tomado todos os dias, num regime conhecido como PrEP (profilaxia pré-exposição). Sem camisinha, seu uso seria praticamente obrigatório para todo mundo.

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    5. Smart gel

    Imagine um gel que cria uma barreira dentro da vagina, mata esperma e os vírus do HIV e da herpes para, depois do sexo, derreter sozinho. Métodos  como esse se tornariam populares num mundo sem camisinha. E não é ficção: eles já estão sendo testados aqui, no mundo real. E financiados pelo Bill Gates.

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