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Empresários amam suas empresas como pais amam seus filhos

Pesquisadores finlandeses analisaram o cérebro de pais e empresários, e o amor estava lá, igualzinho, nos dois casos.

Por Felipe Germano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
29 mar 2017, 16h54

Você faz parte do nascimento, cuida, acompanha todo o crescimento, e fica feliz com cada nova conquista. Agora, do que estamos falando: de uma criança ou de uma empresa? Você que decide. Uma nova pesquisa acaba de indicar que empresários amam suas marcas tanto quanto pais amam seus filhos.

A conclusão não chegou à toa. Cientistas da universidade finlandesa de Aalto estudaram a parte do corpo humano que entrega quando você está amando: não o coração, mas o cérebro. Os pesquisadores convidaram um grupo de voluntários dividido entre empreendedores e pais, e pediram para eles olharem para algumas fotos, enquanto sua atividade cerebral era monitorada por uma ressonância magnética. Os pais observavam fotos de crianças conhecidas por eles e, no meio do slideshow, eram colocados frente a frente com a foto dos seus filhos. O teste dos empresários seguia o mesmo raciocínio: eles olhavam para logotipos de diversas empresas conhecidas (mas nunca concorrentes), e no meio aparecia o da sua própria marca.

Em ambos casos as reações foram extremamente parecidas. Quando eram confrontados com o filho, ou com o empreendimento próprio, o cérebro desligava as partes que cuidam da interação social. Pode parecer contra intuitivo, mas é sinal de amor mesmo: a ciência aponta que quando desativamos essas regiões durante relações interpessoais, é porque o cérebro começa a enxergar o outro como parte de si mesmo. Que fofo.

O estudo ainda foi mais longe. Os pesquisadores questionaram o quão autoconfiantes eram os pais e empresários, e perceberam que, nos dois grupos, quanto mais inseguros eram os voluntários, mais ficavam felizes em ver suas crias. Os cérebros estudados começavam a ter uma atividade maior na amígdala cerebral e no núcleo caudado, regiões que cuidam das recompensas.

E a coisa não parou aí. Quando perguntados, os empresários acabaram se mostrando mais apaixonados que os pais. Os cientistas finlandeses pediram para os voluntários classificarem, em escalas de 1 a 5, qual era a relação deles com o filho (ou a empresa). Eram três categorias: Intimidade, Paixão, e Comprometimento. No fim, fizeram uma média das respostas para calcular algo parecido com uma “média do amor”. Os pais acabaram com uma nota 4,19, frente os 4,29 dos empresários.

Não é a primeira vez que esse paralelo é traçado. Uma pesquisa de 2005 analisou o perfil dos empresários e pais e percebeu que os dois grupos costumam se sacrificar e tomar atitudes altruístas, quando têm dedecidir entre o seu bem estar e o do seu legado – seja ele biológico, ou econômico.

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