Os homens primitivos que escul-piam mulheres gordas para simbolizar fertilidade sabiam o que estavam fazendo: a cientista americana Rose Frisch descobriu que o tecido adiposo tem de fato um papel importante na reprodução, que pode ser prejudicada por regimes alimentares ou exercícios físicos. Antes de mais nada, gordura significa a existência de reserva de energia para levar uma gravidez adiante. A quantidade de hormônios sexuais é proporcionalmente menor em mulheres magras, mas se normaliza quando o corpo passa a acumular gordura.
Aparentemente, há uma relação entre gordura e gonadotropina, o hormônio que desencadeia o processo ovulatório, produzido na região cerebral do hipotálamo. Só não se sabe como o hipotálamo percebe quando a gordura diminui. Talvez seja a partir de mudanças na temperatura corporal ou em certas condições metabólicas associadas ao emagrecimento, como má nutrição e um gasto relativamente alto de energia. Mas o aviso para o hipotálamo pode vir também do decréscimo na quantidade do hormônio sexual feminino estrógeno – afinal, até um terço dessa substância pode acumular-se na gordura.