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Frankenstein

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Atualizado em 31 out 2016, 18h52 - Publicado em 31 jul 2005, 22h00

Mary W. Shelley

NOME ORIGINAL_Frankenstein or the Modern Prometheus (Inglaterra)
EDIÇÃO NO BRASIL_ Companhia das Letras; 1994


DO QUE TRATA

Resgatado à beira da morte por um navio que se dirige ao Ártico, o cientista Victor Frankens-tein narra sua história para o capitão Walton, também homem de ciência. Ainda estudante, ele descobre como dar vida a corpos inanimados. Constrói um ser de estatura gigantesca, mas, assim que alcança sua meta, é atingido pelo horror e acaba abandonando-a. A criatura sobrevive e se refugia junto a uma família. Aprende a falar, a entender os sentimentos dos humanos e percebe o que não tem: família, propriedade, carinho e amor. Para se vingar, mata 2 pessoas do círculo familiar de Victor e volta a procurar seu criador, pedindo por uma companheira. Victor hesita, começa a nova criação, mas a destrói. Morre então o melhor amigo do cientista, mas Victor é acusado e detido pelo crime. O cientista tenta proteger sua noiva, que também havia sido ameaçada, mas chega tarde demais. Decide perseguir o monstro, que vai para as terras geladas do norte.

QUEM ESCREVEU

Filha de mãe feminista e pai jornalista e filósofo, Mary Shelley (1797-1851) recebeu uma educação pouco comum para uma mulher de sua época. Conheceu o poeta Percy Bysshe Shelley, que era casado, aos 16 anos. Essa ligação afastou Mary do pai e ela foi passou a viver com Shelley. Em 1816 o casal vai curtir o verão na Suíça ao lado de lorde Byron. No entanto, tempestades obrigaram os 3 a fi car em casa. Para matar o tempo, os escritores decidem escrever contos de terror, numa espécie de aposta. Assim surgiu Frankenstein, quando Mary tinha apenas 19 anos. Mary e Percy se casaram após a morte da mulher do poeta. Viajaram à Itália, onde perderam dois filhos recém-nascidos. Seis anos após o casamento, Percy morreu afogado. Mary escreveu outros romances, nenhum com o alcance de Frankenstein. Faleceu aos 54 anos.

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POR QUE MUDOU A HUMANIDADE

Surgido após um período de grande avanço das ciências, o movimento romântico foi em boa parte uma reação à idéia do Universo concebido como máquina. Frankenstein foi a mais contundente crítica a esse novo cientificismo, que tudo desejava explicar e dominar. A estratégia dos românticos foi redirecionar o foco para a alma individual. Se Byron fez isso da maneira mais exacerbada, Mary Shelley criou uma obra que questiona a moralidade e a responsabilidade da ciência. O tema não perdeu sua atualidade: basta citar a polêmica em torno da clonagem e das pesquisas com células-tronco. O livro ainda deu origem a toda uma linha da literatura de horror e de ficção científica e continua a ser uma das obras mais lidas de seu tempo, além das várias adaptações para o cinema.

 

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