Google cede tecnologia para drone militar – e funcionários não gostam
Sistema de inteligência artificial do Google já é usado para identificar pessoas e objetos; notícia desencadeou um debate ético dentro da empresa
Quando não está te ajudando a encontrar receitas na internet ou falhando em criar uma nova rede social, o Google desenvolve projetos nas mais diversas áreas. Recentemente, acabou de adicionar mais um item à lista: tecnologia para drones militares.
O Departamento de Defesa dos EUA está usando a plataforma de inteligência artificial TensorFlow, criada pelo Google, para analisar vídeos capturados por drones. A TensorFlow é de código aberto, pode ser usada por qualquer pessoa ou organização – mas o Google estaria ajudando o DoD a adaptá-la para o uso com drones.
O sistema usa técnicas de aprendizado de máquina (machine learning) para que os drones aprendam a identificar veículos ou outros objetos de interesse militar. O volume de imagens capturadas diariamente pelos drones é muito grande, o que dificulta sua análise por humanos. A inteligência artificial pode ajudar muito nisso. Só em 2017, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos investiu mais de US$ 7,4 bilhões no desenvolvimento de IA e processamento de dados.
Segundo uma reportagem do site Gizmodo, que cita fontes internas do Google, os funcionários da empresa não ficaram felizes com a notícia – que foi comunicada internamente por meio de um e-mail coletivo, e levantou uma série de discussões éticas dentro da empresa. Em sua defesa, a Google lançou um comunicado oficial onde afirmava que a tecnologia “separa imagens para [posterior] revisão humana, e é apenas para uso não ofensivo”.