Como a queda da Bolsa de Hong Kong influiu no Brasil?
Com a velocidade das comunicações atuais, os grandes investidores passaram a comprar ações de empresas em bolsas de valores do mundo todo. Quando o preço cai numa, têm prejuízos e são obrigados a vender as ações que possuem em outras praças para poder pagar. Entretanto, numa crise todo mundo vende ao mesmo tempo e ninguém compra. Resultado: os preços desabam e, no mundo todo, despencam os índices de valorização das bolsas.
No Brasil, a situação é pior. A Bolsa de São Paulo sofreu mais abalo do que a de Hong Kong, apesar de a crise ter começado lá, porque a economia brasileira é mais fraca e vulnerável. “O mercado brasileiro subiu muito desde o Plano Real, em 1994. Isso é bom, mas também cria desconfiança pois todo mundo fica achando que pode cair a qualquer momento”, diz Marcos Eugênio da Silva, economista da Universidade de São Paulo. Ou seja, o mercado brasileiro é instável e, a qualquer sinal de problema, os investidores vendem as ações. “Quando o mar chacoalha, um navio balança um pouco, mas uma xícara de café derrama”, compara ele. A xícara é o Brasil, o navio são países como a Alemanha e os Estados Unidos, que sentiram o golpe e se recuperaram logo.