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Luto por fim de novela é comparável à perda de amigo próximo

Estudo analisou a reação dos fãs ao fim do novelão australiano Neighbours, com 38 temporadas. E descobriu que, para muitos deles, os personagens eram quase pessoas reais.

Por Bruno Vaiano Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
17 jun 2024, 12h00

Um questionário enviado a 1.289 fãs da série de TV Neighbours – um novelão de 38 temporadas exibido diariamente em países anglófonos entre 1985 e 2022 – revelou que o luto pelo final de um programa tão longo é comparável à morte de uma pessoa próxima.

A série, cujo título significa “vizinhos” em português, retratava a vida de famílias que moram em uma rua sem saída fictícia chamada Ramsay, no subúrbio da cidade australiana de Melbourne. Dois desses lares são rivais e movem a trama.

O psicólogo Adam Gerace, da CQUniversity, publicou os resultados no periódico especializado PLOS One. Os fãs convocados para o estudo, que eram majoritariamente mulheres australianas, responderam ao questionário pelo computador pouco após a exibição do último capítulo.

O elo que telespectadores e usuários de mídia sociais desenvolvem com personagens, influencers, apresentadores e outras figuras públicas é chamado pelos psicológos de relação parassocial – um termo cunhado em 1956, muito antes de existir a revista Caras.

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Trata-se de uma ilusão de intimidade e cumplicidade que surge inevitavelmente quando acompanhamos a vida privada de um personagem ou temos acesso ao dia a dia de um ídolo – por meio de stories que exibem sua rotina doméstica, por exemplo.

No caso de uma novela sobre vida cotidiana, que ficou no ar por quase quatro décadas, é inevitável que os fãs mais hardcore passem a ter a impressão de que os personagens são seus amigos – afinal, eles são pessoas parecidas com o público-alvo (australianos de classe média) e mantêm uma frequência afetiva diária.

A consequência disso é que, quando a série acabou, o cérebro dos espectadores de longa data reagiu como se os personagens tivessem morrido. Os questionários identificaram um grande número de pessoas com sentimentos de raiva ou tristeza, mas pouco no estágio da aceitação – sinal de que o luto estava no começo. E é claro: o tamanho do luto era proporcional à força dos laços parassociais formados com os personagens.

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Ou seja: não estranhe se você volta até hoje nos livros do Harry Potter. Ou se sua avó fica triste quando uma novela que ela gosta chega ao fim. Esses são sintomas do poder que a ficção tem de mobilizar nossa empatia. Personagens são de mentira, mas os sentimentos são de verdade.

 

 

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