O costume é muito antigo e deve ter surgido para evitar que as mulheres fossem escravizadas. Afinal, com até 9 quilos de anéis de cobre no pescoço, a deformação – e, conseqüentemente, a desvalorização – era certa. Agora, no final do século XX, as mulheres-girafas de Mianmá, ex-Birmânia, no sudeste asiático, estão desaparecendo: restam menos de trinta. Os anéis começavam a ser colocados, um por ano, a partir dos cinco anos de idade. Com isso, o pescoço chega a 25 centímetros de comprimento, contra menos de 10 centímetros, na média da população. Numa mulher de 1,60 metro, isso significa nada menos que 15,5% da estatura. O mais impressionante é que, mesmo com o fim do torturante costume, tirar os anéis não significaria alívio nenhum: depois de anos aprisionados, os músculos não sustentam mais a cabeça. Sem eles, o pescoço se dobra, impedindo a passagem do ar. As mulheres sufocam-se. Era assim que se castigavam as esposas adúlteras.