Chris Anderson, jornalista, pensador do mundo moderno e autor de A Cauda Longa, lançou nos EUA no começo de julho seu mais novo livro, Free: The Future of a Radical Price (“Grátis: O Futuro de um Preço Radical”). Na obra, ele defende que os avanços da tecnologia e da internet vão fazer proliferar cada vez mais produtos grátis, como o celular que a operadora dá quando você compra um plano de minutos. A teoria é atraente, mas desagradou a outro jornalista, pensador do mundo moderno e autor de livros, o inglês Malcolm Gladwell, que não vê lógica no universo grátis de Anderson. Entenda os argumentos de cada lado:
“Tudo que o Google faz é de graça para os consumidores, do Gmail ao Picasa ao HOOG-411. (…) O surgimento da economia do grátis é impulsionado pelas tecnologias que sustentam a internet. Assim como o preço do processamento de dados cai pela metade a cada 18 meses, o preço da banda larga e de armazenamento cai ainda mais rapidamente. (…) Nunca houve um mercado mais competitivo do que a internet, e todos os dias o custo marginal da informação digital se aproxima do zero.”
Chris Anderson
“Esse é o tipo de erro que os utópicos da tecnologia cometem. Eles assumem que sua revolução científica vai apagar todos os traços das antecessoras. [Anderson] dá o exemplo da indústria farmacêutica. Mas se esqueceu das usinas de energia e cabos elétricos. A parte cara de fazer remédios nunca foi o que acontece no laboratório. É o que acontece depois, como os testes clínicos, que podem demorar anos e custar centenas de milhões de dólares. (…) Nesse caso, a informação não quer ser barata. Ela quer ser muito, muito cara.”
Malcolm Gladwell