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O poder da massa: saiba tudo sobre financiamento coletivo

Com o dinheiro de milhares de desconhecidos, projetos que pareciam impossíveis estão saindo do papel. O segredo: os financiadores não querem lucrar - entram nessa pela ideia e pelo ideal

Por Luiz Romero
Atualizado em 31 out 2016, 18h54 - Publicado em 24 Maio 2012, 22h00

Você provavelmente já conhece essa história: cansados de serem ignorados por bandas internacionais, alguns cariocas resolveram juntar dinheiro (entre pessoas que não se conheciam, mas gostavam do mesmo som) e convidar atrações gringas para tocar na cidade. Nascia o Queremos, um site de financiamento coletivo: um tipo de vaquinha virtual feita por apoiadores de uma mesma ideia.

A novidade é que esse tipo de financiamento, o crowdfunding, também tem funcionado para criar empresas. Vários produtos, inclusive, se tornaram realidade com a ajuda do financiamento coletivo. Um dos mais famosos é uma alça que transforma o iPod Nano em relógio – o sujeito que teve a ideia recebeu doações de dezenas de milhares de pessoas para desenvolver a pulseira. E acabou com quase US$ 1 milhão no bolso. Outro criou um dock bonitão de iPhone feito em alumínio. Recebeu US$ 1,4 milhão.

Quem faz a coleta de dinheiro para esse tipo de projeto são especialistas em financiamento coletivo. Sites como o IndieGoGo e o RocketHub ajudam pessoas do mundo todo a pedir dinheiro para desenvolver suas ideias. Só em 2011, o Kickstarter, um dos principais portais de crowdfunding, registrou 27 mil projetos, ajudados por 30,5 milhões de pessoas (veja mais no gráfico ao lado). No Brasil, a movimentação ainda está começando, tocada por sites como o Incentivador, o Catarse e o próprio Queremos – por eles e pela torcida do Palmeiras, que tentou usar o crowdfunding para trazer o meia Wesley (a vaquinha não deu certo). Mas o que não falta são casos que deram. Veja aqui.

 

Uma cidade financiada
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Imaginamos uma metrópole construída com fundos coletivos. Seríamos mais politizados e teríamos cervejas melhores

Cervejarias artesanais
As microcervejarias fazem parte de um dos setores mais ativos do crowdfunding. Elas oferecem produtos com uma aura de exclusividade, de produção caseira e cuidadosa. E tanta singularidade não custa caro: no Kickstarter, um projeto que pretendia construir uma cervejaria artesanal arrecadou US$ 40 mil.

Arte nas paredes
Em um mundo financiado, não faltariam projetos que misturam arte e ativismo social. Em Londres, um grupo de artistas resolveu transformar um muro em galeria. Juntaram US$ 33 mil. Para tentar diminuir a violência e unir a comunidade, um grupo queria pintar as paredes da cidade mexicana de Puebla. Conseguiram US$ 30 mil.

Protestos nas ruas
Só no Kickstarter, são quase 100 projetos relacionados ao movimento Occupy. Jornais, revistas, filmes e livros dedicados a registrar as ocupações ao redor do mundo. Os ativistas também pedem dinheiro para fazer placas e cartazes. Já conseguiram verba até para bonecos gigantes, que foram usados durante uma performance em Nova York.

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Espaços verdes
Outra onda no mundo do crowdfunding é aumentar os espaços verdes em centros urbanos. Com US$ 23 mil, um pes-soal do Brooklyn, em Nova York, construiu uma horta de 4 mil m² no topo de um prédio. Com US$ 27 mil, dois amigos transformaram um caminhão em estufa e viajaram o país dando aulas de agricultura.

Produtos sustentáveis
Nas lojas de roupa desta cidade “crowd financiada”, as coleções são pensadas para quem quer se vestir sem matar vacas e poluir rios. No mundo real, tem até uma Eden Outfitters, versão verde de uma loja americana chamada Urban Outfitters. No Kickstarter, a segmentação é forte, com roupas para mulheres ciclistas e viciados em beisebol.

 

 

No Brasil
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Conheça os projetos mais populares por aqui. Nas ruas em verde

Bandas internacionais
Os shows de bandas internacionais (e um pouco desconhecidas) aconteceriam toda semana. O Queremos já trouxe Vampire Weekend, Kings of Convenience e Foster the People. E quem investiu no evento entrou de graça.

Documentários no cinema
Nos cinemas desta cidade, só daria documentário. O gênero tem se beneficiado muito com o crowdfunding. O portal Incentivador ajudou na produção do recém-lançado Raul: o Início, o Fim e o Meio e financiou Cauby: Começaria Tudo Outra Vez.

Música
Aqui é bem mais fácil ter e manter uma banda. Com a ajuda do site Catarse, A Banda Mais Bonita da Cidade financiou cada uma das faixas do primeiro disco. Das 12 músicas cadastradas, 11 receberam a grana suficiente e foram gravadas. O portal só trabalha com projetos culturais – revistas, livros, filmes e discos.

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