Algumas crianças chamam a atenção de pais e professores por não pararem quietas um minuto sequer. São as crianças hiperativas, na linguagem de pediatras e psicoterapeutas. Procurando descobrir as causas (para amenizar as conseqüências) desse comportamento irrequieto, pesquisadores americanos chegaram a alguns resultados animadores. Um estudo recente, por exemplo, mostra uma nítida ligação entre o ambiente familiar e a conduta da criança hiperativa. Descobriu-se que os membros dessas famílias tendem a ser atingidos mais freqüentemente por crises de depressão e ansiedade. Além disso, haviam passado no ano anterior à pesquisa por situações estressantes, como dificuldades conjugais, divórcios e hospitalizações.
Concluiu-se daí que a hiperatividade é apenas mais um dos problemas emocionais que afetam a criança – e seus pais. Ultrapassou-se assim a definição clássica que se baseava apenas no comportamento da cnança: desatenção (não se concentra nem termina tarefas), impulsividade (interrompe os outros ou responde às perguntas antes que elas estejam terminadas) e hiperatividade propriamente dita (não consegue deixar de se mexer). A partir dos resultados das pesquisas, o tratamento passou a incluir sessões de terapia de grupo para os pais e ensino de técnicas de relaxamento para que as crianças aumentem a sua concentração. Assim, tenderia a se normalizar a sua pressão arterial, que, em situações de estresse, costuma ficar mais elevada.