Só em 2007, o Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas registrou 1 853 casos de intoxicação por erro de administração (remédios ou doses erradas). Desses, estima-se que 10% sejam por “garrancho médico”.
Para Florisval Meinão, da Associação Médica Brasileira, a letra ilegível vem da faculdade: “Os estudantes têm de anotar muitas coisas muito rápido durante quase 10 anos de formação. Não há caligrafia que resista”.
Para Reinaldo Ayer, do Conselho Regional de Medicina de São Paulo, o problema se agrava pelo uso de jargões incompreensíveis.
Isso leva a casos como o de um paciente de Adamantina (SP), que foi comprar remédio para gripe (Dipirona) e levou um para o coração (Digoxina).
Além dos farmacêuticos, os próprios médicos se confundem com os garranchos: segundo uma pesquisa da Unifesp, 34% dos prontuários escritos à mão são mal interpretados pelos colegas de jaleco.