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Por que vídeos de espinhas fazem tanto sucesso? A ciência explica

Vídeos de extração de cravos têm milhões de fãs na internet. Se também sente uma mistura de nojo e fascinação com eles, fique tranquilo: é tudo normal

Por Ana Carolina Leonardi Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
6 jun 2017, 15h48

O nojo é essencial para sua sobrevivência. Como o medo, ele é um mecanismo evolutivo que te torna mais cauteloso e indica situações de risco. Comida estragada, esgoto, machucados infeccionados. Se você e os seus ancestrais não tivesse nojo de todas essas coisas – que podem te deixar doente – talvez a nossa espécie não tivesse sobrevivido por tanto tempo.

Mas como é que se explica a fascinação que coisas absolutamente nojentas – como a extração de espinhas gigantescas e cheias de pus, que fazem sucesso em páginas nas redes sociais como Dr. Pimple Popper, que tem milhões de fãs?

Um grupo de pesquisadores da Universidade Saint Joseph tem algumas hipóteses. Eles fazem vários estudos sobre a natureza da sensação de nojo – que tem origens no cérebro reptiliano, uma das partes mais antigas na linha do tempo da evolução do cérebro, e que compartilhamos com animais primitivos.

Os cientistas fizeram experimentos para entender qual é a relação entre nojo e curiosidade, segundo reportou o site Quartz. Para isso, apresentaram uma série de objetos fascinantes e/ou nojentos para os participantes. As tranqueiras mostradas variavam de escovas sujas cheias de cabelo até hologramas e imãs gigantes. Algumas eram ao mesmo tempo nojentas e interessantes, como um sapo dissecado.

O que eles descobriram é que é difícil obter curiosidade e nojo ao mesmo tempo. Ou seja: quanto mais nojenta é uma coisa, mais distância você quer dela, independente do tipo de informação nova que ela pode trazer.

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Mas o que isso tem a ver com assistir espinhas explodindo na tela? Exatamente isso – a tela. O vídeo permite ter experiências do conforto da sua casa, onde você sabe que está seguro. Assim, fica mais fácil a curiosidade passar por cima de todos os “alertas” que o nojo tenta dar para a fiação evolutiva do seu cérebro.

Seria uma lógica parecida com a de assistir um filme de terror: tem gente que não consegue se distanciar (mesmo que emocionalmente) e prefere não assistir, mas o encanto para os fãs é sentir a adrenalina do medo sabendo que nenhuma ameaça é real.

E está completamente sob controle: se o medo ou o nojo ficarem grandes demais, basta desligar tudo. Com toda essa segurança, sobre espaço para o seu cérebro sentir curiosidade de coisas que daria arrepios aos seus ancestrais: de um cravinho mais inocente até a extração de 11 minutos um cisto gigantesco nas costas.

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