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Preferimos perder dinheiro a ouvir a opinião alheia

Cientistas tentaram pagar pessoas para escutar opiniões ideologicamente opostas às delas. Elas preferiram jogar a grana fora.

Por Ana Carolina Leonardi Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 7 jun 2017, 17h54 - Publicado em 7 jun 2017, 17h51
Little girl covering ears while mother scolding
(anurakpong/iStock)

“Nem que me pagassem eu assistiria a mais um discurso desse idiota”. Independente de ser conservador ou progressista, você já deve ter pensado isso sobre uma figura pública que discorda de você – ou até sobre um amigo no Facebook dado a textões ideológicos opostos à sua opinião.

Tentando entender melhor essa ideia, pesquisadores da Universidade de Winnipeg, no Canadá, e de Illinois, nos EUA, decidiram pagar, literalmente, para que participantes entrassem em contato com a opinião dos seus adversários políticos.

Eles começaram a pesquisa com um tema internacionalmente polêmico: o casamento homossexual. Eles entrevistaram 202 pessoas com diferentes opiniões sobre o assunto. Durante o experimento, explicavam que os participantes estavam concorrendo a prêmios de US$ 10. Mas para participar, era preciso ler e responder perguntas sobre um texto opinativo.

Para os entrevistados que defendiam o casamento igualitário, era apresentado o texto “8 argumentos para não legalizar a união entre homossexuais”.  Já quem condenava a prática deveria ler “8 argumentos para legalizar o casamento homossexual”.

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Havia uma segunda opção: eles poderiam substituir o texto por um que compartilhasse de suas próprias opiniões. Só que aí o sorteio valeria apenas US$ 7.

Dois terços dos participantes (127 deles, ou 63%) preferiram evitar os argumentos adversários, mesmo perdendo dinheiro. Em outro experimento, os pesquisadores confirmaram que o mesmo comportamento aparece quando se discute outros temas polêmicos, como aborto, posse de armas e legalização da maconha. Em todos eles, a maioria das pessoas preferia não sair da sua bolha ideológica.

“As pessoas preferem consumir informação conveniente porque assim elas se sentem melhor. E porque permite que elas dividam o mesmo ‘senso de realidade’ com seus partidários”, explica Jeremy Frimer, autor principal do estudo.

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Por último, os pesquisadores investigaram a motivação por trás desse comportamento. Os participantes afirmaram que ouvir o “outro lado” não só exige esforço, mas também causa frustração. O sentimento que eles descrevem tem nome oficial: dissonância cognitiva, uma teoria segundo a qual os seres humanos têm propensão natural a evitar conflitos psicológicos baseados em crenças incompatíveis ou mutuamente excludentes – mesmo que isso exija ter atitudes um tanto irracionais.

O mais curioso da pesquisa, porém, foi encontrar a mesma proporção de atitudes evitativas entre progressistas e conservadores. Ou seja, todos são igualmente avestruzes – e afundam a cabeça na terra para tentar esquecer que a opinião alheia existe.

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(Reprodução/Reprodução)
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