Marina Darmaros, de Moscou
Elas puseram os peitos de fora na Suíça (pelo “fim da conspiração” no Fórum Econômico Mundial), em Roma (pela queda de Silvio Berlusconi), em Paris (contra o ex-diretor do FMI Dominique Strauss-Khan) e também em sua terra natal, a Ucrânia, contra a realização da Copa da Uefa no país (que, segundo elas, irá estimular o turismo sexual). “A gente mete o nariz em tudo”, admite Anna Gutsal, 27 anos, líder e fundadora do grupo. Junto com as amigas Sasha Shevchenko, e Oksana Shachko, ela fez o primeiro topless de protesto em 2008, contra a falta d’água no alojamento estudantil da Universidade de Kiev. Não deu certo. Mas o grupo sim: hoje o Femen tem aproximadamente 340 integrantes, das quais 40 participam das manifestações nudistas. Elas geralmente são presas após os protestos e passam 1 ou 2 dias na cadeia, mas dizem que nunca sofreram abuso sexual de policiais – que demonstram medo de tocá-las. “Os seios são armas, como granadas”, diz Sasha. As participantes são recrutadas via redes sociais e pelo site do grupo (femen.livejournal.com), que reúne mulheres de diversas profissões, como jornalista, contadora, designer, bancária e apresentadora de TV. Embora as fotos sempre mostrem manifestantes jovens, magras e bonitas, as Femen dizem que isso é uma escolha dos fotógrafos – e que não há restrição de idade (a participante mais velha tem 63 anos) nem de aparência para fazer parte do grupo. “A gente mantém a forma correndo para não ser presa”, brinca Anna. Elas dizem que gostariam de vir ao Brasil. “Recebemos muitas cartas nos parabenizando e pedindo ajuda na luta contra a prostituição. Gostaríamos muito de ir ao seu país. Por favor, nos convidem. Nós iremos e vamos lutar juntas”. Sem sutiã, é claro.
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