A Antártida foi atingida no final do ano passado por doses maciças da perigosa radiação solar ultravioleta (UV), em conseqüência do buraco da camada de ozônio, que vem aparecendo sobre a região desde o final da década de 70, a partir de cada mês de setembro. A altíssima concentração de raios UV foi constatada recentemente por uma equipe da Universidade de Chicago, ao concluir a análise de dados coletados na base americana de Palmer, na Antártida. O ozônio é destruído pelo acúmulo na estratosfera de gases industriais à base do cloro, como os CFCs.
Em 1900, informam os cientistas, os níveis de UV alcançaram o dobro dos valores normais para o mês de dezembro, quando começa o verão no Hemisfério Sul. Os pesquisadores suspeitam que a radiação sobre a Antártida no verão passado tenha sido a mais intensa desde que se formou a camada de ozônio em volta da Terra, há cerca de 1 bilhão de anos. Para piorar as coisas, um estudo patrocinado pela ONU, divulgado no fim de outubro último, revelou que o buraco sazonal no ozônio se estendeu pelas Américas, Europa, Austrália e União Soviética.