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Ressaca é melhor quando compartilhada com os amigos

Pesquisadores ingleses investigaram o fenômeno mais odiado após uma noitada – e como os amigos podem tornar a experiência menos terrível

Por Ana Carolina Leonardi Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 18 dez 2018, 12h33 - Publicado em 7 ago 2017, 13h09

A ressaca pode ser mais suportável se for socializada, segundo um estudo da Universidade de Bath, na Inglaterra. Os pesquisadores investigaram a fundo o fenômeno mais temido pós-happy hour, examinando tanto gente quanto ratinhos.

A primeira conclusão deles foi bastante óbvia: a ressaca piora conforme você fica mais velho. Grande novidade. Seu organismo passa a ter mais dificuldade em processar cada porre quando você já passou dos 20 e pouquinhos.

Mas a segunda conclusão deles foi bem mais interessante: parece existir um fator social que interfere nessa história. Os cientistas estudaram universitários para entender como funciona a experiência deles na ressaca. Eles relataram não só náusea e dor de cabeça, mas também ansiedade e arrependimento (a famosa ressaca moral). E tudo isso era esperado. As pessoas, independentemente da idade, costumavam guardar um tempinho na agenda delas especialmente para sofrer com a ressaca.

Só um fator parecia diminuir o impacto de todas essas sensações ruins: a socialização. Os universitários mais jovens tendiam a reunir os amigos não só para beber, mas também para a manhã seguinte. Com isso, a ressaca se tornava, ao menos no nível emocional, equivalente a uma after party, um momento tanto de reclamação coletiva como de risadas e fortalecimento de amizades.

E a história parece ir além de um comportamento cultural dos jovens. Os cientistas encontraram padrões equivalentes em ratinhos. No estudo, eles deram álcool aos animais, que ficaram festeiros naquela primeira fase de efeito alcoólico, chamada de fase de ascensão. Conforme a concentração de álcool no sangue caía, vinha a decadência do humor e a fadiga.

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Após 18 horas da bebedeira, todos estavam menos sociáveis que o normal, qualquer que fosse a idade. Só que os ratos adolescentes seguiam muito mais sociáveis que os outros. Assim como universitários dando risada das besteiras feitas no dia anterior, os jovens roedores aproveitavam a ressaca para interagir – e até brincar de lutinha.

Juntando os estudos com ratos e as entrevistas com humanos, a conclusão dos pesquisadores é que, para os jovens, a ressaca ganha um papel positivo como ferramenta de socialização, que, por sua vez, ajudava os membros do grupo a se sentirem melhor, conforme os cientistas descreveram ao site The Conversation. Sofrer em grupo, nesse caso, tinha uma espécie de efeito protetor, pelo menos contra a ansiedade e o mal-humor.

Tudo muito bem, tudo muito bom. Faça o teste e ligue para os parças para combinar um sofrimento coletivo. Mas isso só quando o estrago já estiver feito: o melhor mesmo é maneirar na dose e beber bastante água durante a farra. Quando se trata de álcool, hidratação ainda é sua melhor amiga.

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