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Só neste ano, bebês já atiraram em 23 pessoas nos EUA

Crianças de até 3 anos machucaram a si mesmas ou aos familiares. 11 casos foram fatais.

Por Ana Carolina Leonardi
Atualizado em 11 mar 2024, 10h37 - Publicado em 16 Maio 2016, 19h00

Brinquedos debaixo do banco do carro, dentro da bolsa ou em cima do criado mudo despertam a curiosidade das crianças. Infelizmente, a mesma coisa acontece com armas. Só em 2016, 23 bebês de até 3 anos se acidentaram com armas guardadas por adultos em locais acessíveis demais aos pequenos.

Em 18 casos, os bebês acabaram atirando em si próprios. Nove deles morreram, com tiros na cabeça ou no peito. A outra metade sobreviveu aos ferimentos.

Entre as tragédias mais chocantes, está a de uma família no Alabama. No início de fevereiro, dois irmãos, uma menina de 9 anos e um garoto de 3, brincavam na casa dos bisavós quando o menor encontrou uma pistola em uma gaveta baixa e atirou acidentalmente na irmã. Ela morreu. 

LEIAArmas – O que fazer com elas?

Outras duas mães de crianças pequenas morreram enquanto dirigiam, nos estados da Flórida e de Wisconsin. Nos dois casos, as mulheres guardavam suas armas embaixo do banco do motorista. Com o movimento do carro, as armas escorregaram para a parte de trás do veículo, ao alcance das crianças – que atiraram. 

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No ano passado, o jornal Washington Post fez um levantamento e concluiu que acidentes com armas de fogo disparadas por bebês aconteciam uma vez por semana, em média. Em 2016, espera-se que a incidência seja ainda maior.

Os Estados americanos têm leis muito diferentes quanto à negligência na hora de guardar as armas. Em alguns deles, como na Califórnia, dá para ser responsabilizado por má conduta mesmo que a criança não chegue a pegar na arma – basta deixá-la dando sopa em um local pouco seguro. Já em Estados mais liberais a armas, como o Missouri, o pai só é indiciado caso tenha entregado o revólver intencionalmente para a criança.

No Brasil, a posse de armas de fogo é muito mais limitada que nos EUA. É necessário ter uma autorização especial da Polícia Federal, só liberada para cidadãos maiores de 25 anos, sem antecedentes criminais e que apresentem condições psicológicas saudáveis. Além disso, é preciso apresentar um motivo para adquirir a arma, que a PF considere justificável. No País, as armas de fogo são responsáveis por apenas 1% dos acidentes domésticos envolvendo crianças.

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